Dizia o Cura de Ars que o coração dos santos é líquido. E dizia muito bem. Porque, efetivamente, quando se chega aos quarenta ou 50 anos, nenhum coração já é de carne. O coração dos egoístas se tornou de pedra e dos dedicados a amar se tornou líquido. E quero advertir que não estou usando metáforas.
Porque é certo que todo homem, ao chegar a uma certa idade, é responsável, não só de seu rosto, mas também de seu coração. E isso se passa no físico e no espiritual…
A mim me encantam os velhos, que se tornam não bobos, mas brandos. Esses estupendos anciãos, que têm a alma tão cheia de ternura, que compreendem a todos e a tudo. E, por outro lado, que pena, esses anciãos que mais que anciãos são velhos, que estão envelhecidos, acartonados, que não se sentem queridos porque, talvez, já não queiram a ninguém a não ser a si mesmos!
Felizes os que, ao chegar à madurez, percebem que o amor cresceu neles mais que a sabedoria! Felizes os que têm coração líquido de ternura!
Todos os que o rodeiam beberão de sua experiência como água fresca. E se sentarão a seu lado como o caminhante cansado junto a uma fonte.
Tradução de Ir. Rosa Luisa Manfroi, ASCJ
Durazno, Uruguai