O amor recíproco

O amor recíproco não consiste no fato de que ninguém nunca nos faça mal, mas que nos esforcemos de não causar desgostos aos outros e nos habituemos a perdoar rápida e completamente tudo aquilo que nos fere. Nesta harmonia consiste a essência do amor recíproco.
Escreve Santa Teresa: “Entendi quanto o meu amor pelas minhas irmãs era imperfeito. Oh, Jesus não as amava assim! Entendo agora que o amor autêntico consiste no suportar os defeitos e os erros do nosso próximo, em não maravilhar-se com as imperfeições deles, mas edificar-se de cada ato mínimo de virtude; mas sobretudo entendi que o amor não deve ficar fechado no fundo do coração, porque ‘Ninguém acende uma lâmpada e a põe em lugar oculto ou debaixo da mesa, mas sobre um candeeiro, para alumiar os que entram em casa’ (Lc 11, 33).

Querida mãe, me parece que este facho evangélico represente o amor, o qual deve iluminar, alegrar não somente aqueles que nos são mais queridos, mas todos aqueles que estão na casa”.

E mais adiante escreve: “Meu doce Jesus, sei que tu não me pedes algo impossível, tu conheces a minha fraqueza, a minha imperfeição; tu sabes bem que eu não conseguirei amar nunca as minhas irmãs como tu as amas, se tu mesmo não as amares em mim e através de mim.

É porque tu queres conceder-me esta graça que me deste o mandamento novo.

Oh, como amo o teu mandamento, porque dá a segurança de que queres amar através de mim todos aqueles que me mandaste amar!”.

Quanto mais profundo será tal amor, tanto mais eficaz será a atividade missionária.