Quando o corpo impera, a razão enfraquece, o espírito agoniza, e o amor perece. Muitas vezes você pode estar andando de cabeça para baixo:
–quando você capitula diante daquele prato saboroso, e come sem limite…;
–quando você não consegue tirar o seu corpo da cama na hora certa, e deixa-o dormir à vontade…,
–quando o prazer do sexo o faz perder a cabeça, e atira-se a ele descontrolado; sem um compromisso;
–quando você se atira aos prazeres de todas as formas.
Você também pode deixar de caminhar de pé se é a sensibilidade que comanda os seus atos, e não o espírito. É claro que a sensibilidade é importantíssima; Ela nos diferencia dos animais; mas não pode ser a imperatriz de nossos atos. Não podemos ser conduzidos apenas pelo sentir. Se for assim você pode achar que uma pessoa está certa apenas porque lhe é simpática, ou muito amiga, e não porque de fato, ela tem razão.
Você é escravo da sensibilidade se, por exemplo, só aceita participar da missa celebrada por aquele padre que você aprecia; ou quando qualquer palavra de crítica o ofende, magoa, e deixa-o prostrado na fossa;
– quando você só reza e só vai à missa quando sente vontade;
– quando você fica derrotado porque ninguém notou os seus esforços e ninguém os elogiou;
– quando você troca o sonho pela realidade;
– quando você não se aceita a si mesmo como você é;
– quando você não estuda a matéria ministrada por aquele professor que não lhe é simpático.
Nestas situações, e muitas outras, você pode estar se arrastando ao invés de caminhar de pé, guiado pelo espírito. Isto só será possível quando o seu espírito, fortalecido pelo Espírito Santo, comandar a sensibilidade e o corpo. A sensibilidade é bela, é ela que faz você chorar diante da dor e do sofrimento do outro, mas ela precisa ser controlada pelo espírito. Um cavalo fogoso pode levá-lo muito longe se você tiver firme as suas rédeas, mas pode jogá-lo ao chão se não for dominado. Se você permitir que o corpo ou a sensibilidade assumam o comando dos seus atos, então você não estará em pé, e não estará preparado para mar como é preciso.
Agora você está entendendo melhor porque não é fácil amar; e porque o amor ainda não comanda a vida na terra. Para amar é preciso possuir-se; e para possuir-se é preciso exercitar o amor. Por isso o namoro é uma bela escola de amor. Se você quiser ser uma pessoa de pé, faça-se sempre esta pergunta: o que me faz agir assim, ou decidir assim, ou reagir daquela forma? Foram as exigências do seu corpo que falaram mais alto? Foi a sensibilidade que gritou mais alto e venceu? Foi o espírito, guiado pela inteligência, que predominou?
É claro que por nossas próprias forças não poderemos caminhar de pé. Jesus avisou que o espírito é forte, mas a carne é fraca. Portanto, você precisa da força de Deus para suportar a sua natureza enfraquecida pelo pecado original. Você pode caminhar de pé, com a graça de Deus, pois o grande Santo Agostinho experimentou na sua vida que o que é impossível à natureza é possível à graça.
Não desanime e não se desespere, o Senhor o aguarda para ajudá-lo com a Sua força. Vá a Ele. Tenha a coragem de olhar-se de frente e aceitar a sua realidade atual. Em seguida peça ao Senhor que lhe dê a sua graça para que você possa ser um rapaz ou uma moça em pé, apto para amar de verdade.