Mãe, extensão das mãos do Criador

A maternidade consegue elevar todas as mulheres a uma profunda intimidade de participar com o Criador, da graça única de viver e acompanhar a beleza da criação em si. Podemos dizer que, repetidas vezes, em cada canto desse mundo, a sombra do Altíssimo repousa docilmente sobre cada mulher que através do “SIM” da alma, realizam a vontade de Deus.

Mulheres que vivem o mistério de num mesmo corpo habitar duas ou mais pessoas distintas, vivendo uma comunhão de corpo e alma… Uma relação que extrapola a nossa razão; por um período de tempo se estabelece uma profunda e intrínseca relação de amor a qual ouso compara-lá a existente na Trindade – o diálogo entre almas.

Quem poderia imaginar o diálogo que se estabelece quando o Criador – voltando o olhar sobre cada ventre – contempla através da Sua serva a realização de Sua Obra. Uma troca de olhar quando Criador e criatura se contemplam; momento em que de maneira especial, o próprio Senhor participa da alegria da maternidade.

Quem dera se pudéssemos lembrar de tão sublime momento, quando fomos objeto de tamanha atenção; tivemos o céu voltado para nós ainda quando éramos de tamanho insignificante para o mundo.

Entretanto, o tempo jamais poderá apagar da memória daquelas que hoje já tem dificuldades de se equilibrarem por si mesmas, de enxergar sem o auxilio de óculos ou até mesmo por motivos diversos, vivem seus dias na escuridão, não conseguindo contemplar o crescimento da sua prole. Contudo, nada ofusca as lembranças de que um dia foram tabernáculos.

Para todas que realizaram o mister da extensão das mãos do Criador, que lhes sejam concedidas a recompensa ainda nessa terra das promessas do Deus Todo Poderoso.

Deus abençoe as Marias, Beneditas, Terezas, Franciscas, Bernadetes, Áureas, Elizabethes, Matildes, Marinas, Neides, Marcias, Margaridas, Celestes, Anas, Josefas… que repetiram no secreto da alma as mesmas palavras da Mãe Daquele que as criou. – “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra” (Lucas 1,38)