Luigi e María, unidosaté no milagre !

Pela primeira vez na história, João Paulo II elevou neste domingo para a glória dos altares de maneira conjunta num matrimônio. Uma maneira de dizer à Igreja do terceiro milênio que a santidade não é monopólio de religiosos, reconhece o postulador da causa de beatificação.

O padre Paolino Rossi, que apresentou junto à Congregação vaticana para as Causas dos Santos a documentação que permitiu comprovar o heroísmo das virtudes traz um perfil de Luigi (1880-1951) e Maria (1884-1965) Beltrame Quattrocchi sem traços espetaculares.

Maria era professora e escritora de temas de educação, comprometida com várias associações (Ação Católica, Escoteiros etc.). Luigi foi um brilhante advogado que culminou sua carreira sendo vice advogado geral do Estado italiano. Tiveram quatro filhos: Filippo (hoje padre Tarcísio), nascido em 1906; Stefania (irmã Maria Cecilia), nascida em 1908 e falecida em 1993; Cesare (hoje padre Paolino), nascido em 1909; e Enrichetta, a menor, que nasceu em 1914.

Rossi explicou à Agência católica Zenit: «Luigi e Maria não tinham aparentemente nada de ‘extraordinário’. O que lhes distingue é a ‘maneira extraordinária’ com a que viveram».

«Os dois esposos foram cristãos convencidos –acrescentou–, coerentes e fiéis a seu próprio batismo; souberam acolher o projeto de Deus sobre eles e respeitaram sua prioridade; foram pessoas de grande caridade, entre si, com os filhos e com o próximo, promovendo o bem e a justiça; foram pessoas de esperança, que souberam dar o justo significado às realidades terrenas, com o olhar voltado sempre para a eternidade».

Segundo o padre Rossi, estes dois novos beatos deixam ao mundo uma «mensagem de esperança, consolo e apoio à família cristã, assaltada hoje por tantos problemas e assediada em sues valores fundamentais, em seu ideal, em sua configuração genuína».

Esta causa de beatificação foi também especial para outro motivo: a Congregação para as causas dos santos aceitou somente um milagre para os dois servos de Deus. Segundo revelou o postulador, trata-se de Gilberto Grossi, um jovem que hoje é neurocirurgião, porém que no momento em que o experimentou trabalhava na casa Beltrame Quattrocchi catalogando os escritos dos dois esposos.

«Sua invocação a Deus pela cura de alterações ósseas, que com freqüência lhe obrigavam a permanecer imóvel, foi dirigida por intercessão de ambos cônjuges», revelou o postulador.

«Ao reconhecer sua ‘comum intercessão’ – conclui o postulador – podemos dizer que os teólogos sublinharam que os esposos não só estão unidos numa dimensão humana, mas também espiritual».

Fonte: Zent