Jesus e você: uma verdadeira história de amor

Certo dia eu estava pensando numa conhecida história da humanidade. Na realidade, buscava um contato maior com o Criador a respeito de minha vocação, e pensando lembrei de vários filmes que assisti que relatavam esta história de que falo.
Há muito tempo atrás nasceu um menino muito pobre. Tão pobre que o local de seu nascimento era um estábulo e, ao nascer, ele foi envolto em uma manta e posto em uma manjedoura. No céu havia uma estrela que brilhava como nenhuma outra e indicava o caminho de onde o menino estava a três reis. Imaginei o que três reis importantes daquela época queriam com um menino que de tão pobre não tinha nem sequer um berço para se deitar.
Perto dali havia alguns pastores que tomavam conta de seu rebanho, durante a noite, para que nada as acontecessem. Surgiu do céu uma luz forte que dizia aos pastores que perto de onde se encontravam havia nascido para eles um Salvador, Cristo o Senhor. Daí eu me perdi de vez! Por que três reis queriam muito encontrar o menino?! E por quê um anjo anunciaria isto a pastores que, aparentemente, nada tinham a ver com o acontecido?? De fato, me dei conta de que este menino era muito importante e mudaria a história da humanidade para sempre.
Bem, voltando aos reis… Estes, no caminho, pararam para ter com um certo governador romano chamado Herodes e contar-lhe que havia nascido um rei para os judeus. Ai, ai,… e agora? Que confusão se deu em minha cabeça. Mas vamos continuar.
Partindo, os reis, logo encontraram o pobre menino envolvido em uma manta. Levavam consigo alguns presentes: incenso, ouro e mirra. Presentes esse que confirmavam a importância do pequeno no mundo. Legal,… pensei se estariam fazendo uma boa ação ou realmente estavam prestando a primeira homenagem, dentre muitas depois, àquele. Daí senti que havia muito mais naquele menino que eu não compreendia, algo vindo da parte do Criador: ele, o menino, era Filho daquele que criou tudo que existe hoje. Respirei aliviado em perceber isso, mas a confusão estava apenas começando.
Mas espera um pouco! Se o menino é Filho do Altíssimo Deus, como poderia ele nascer num lugar tão diferente e pobre como nasceu? He, he,… isso se chama humildade, e foi a primeira lição que Ele quis que aprendêssemos. Então logo pensei comigo e entendi o porquê Ele quis nos dar essa lição logo no seu nascimento: se fosse eu, meu egoísmo não me permitiria sair de uma condição privilegiada para ser um pobre nascido em um estábulo. Pior ainda, se isso acontecesse, com certeza minha ambição me faria “correr atrás” de conquistar muitos bens materiais para mostrar minha importância aos homens. Bem típico de mim.
O menino foi crescendo, como narra o Evangelho de São Lucas, ´em sabedoria e estatura e em graça diante de Deus e dos homens´. (Lc 2, 52)
Estranho, como hoje, naqueles tempos os pobres não tinham acesso a escolas e a formações. Como então poderia um menino tão pobre como aquele crescer em sabedoria? Entendi que Deus lhe concedia esta sabedoria, assim como faz com aqueles que hoje confiam e esperam nele. De fato aquele pequeno era muito importante.
Daí para frente não sei muito, pelo menos até começar a sua vida pública.
Quando o menino tinha cerca de 30 anos, creio eu, ele iniciou sua vida pública. Primeiramente ele foi a um certo rio chamado Jordão, onde um primo seu que não lhe era conhecido batizava aos que se reconheciam pecadores e buscavam a misericórdia divina para a remissão de seus pecados.
Quando ainda caminhava rumo ao rio, Jordão, seu desconhecido primo, disse: ´Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo´.(Jo 1, 29) Ha, ha, ha,… agora pronto! Além do menino, agora homem, ter nascido pobre, ter sido perseguido por quê havia sido invejado por um governador e ser Filho de Deus agora é comparado a um cordeirinho. Difícil de entender, pelo menos para alguém tão ignorante quanto eu.
Bem, mas vamos lá, continuando.
Esse homem já sabia o quanto é difícil lutar e convencer o ser humano a mudar suas atitudes e sua maneira de pensar. Mas mesmo sabendo disso ele não desistiu! Juntou alguns discípulos, a quem constituiu apóstolos. Na verdade, não demorou muito para que ele tivesse milhares de seguidores. E diferente de mim, ele os ama muito e sempre sentia compaixão daqueles que o buscavam por quê sofriam. Imagina, eu nem sequer sou capaz de dar comida a quem tem fome e ele sofria e sofre, com aqueles que o procuram buscando a Deus, seu Pai, nosso Pai, e ainda os curava, perdoando os seus pecados e acreditando que eles são boas pessoas e seus desejos de mudança são reais, mesmo que pequenos. Ai, ai,… se fosse comigo, com este coração duro e puramente humano que tenho, certamente eu passaria sem nem sequer olhar para eles. Orgulho puro. Síndrome de superioridade…
Ele não, jamais perdia as esperanças, e novamente nos convidava a aprender uma valorosa lição: o amor.
Agora, além de ter um coração tão puro e cheio de amor, ele foi preso e maltratado – e põe maltratado nisso – condenado por aqueles que ele havia ensinado, curado, amado e perdoado. Isso tudo para nos redimir de nossos pecados e apresentar-nos o amor do Pai a nós, cumprindo o sacrifício de sua vida, entregando-a por nós, como havia sido previsto por um profeta. Daí entendi o por quê João Batista o chamou de cordeiro… pois ele é vítima de sacrifício por nossos pecados.
Eu hein…??? O homem, ou melhor, o Homem sabia o quanto eu sou duro de coração e teimoso, isso sem contar o egoísmo e a auto-confiança, e mesmo assim quis morrer por mim! Para que eu conhecesse a verdade e herdasse a vida eterna. Imagino que, sabendo disso, se eu estivesse em seu lugar, eu nem sequer esquentaria a cabeça com isso. Levaria uma vida “normal”, cheia de prazeres carnais. Me casaria e não estaria “nem aí” para aqueles que eu ajudei e que mais tarde me deram as costas me condenando à morte. Mas ele não, ele nunca perdeu as esperanças, mesmo estando crucificado ele quis que a vontade do Pai, que lhe enviara para isso, fosse feita.
Três dias após sua morte ele ressuscitou, vencendo a morte e mostrando que junto ao Pai, e ao Espírito, ele é Deus e nos ama.
Te convido a pensar: qual seria a sua postura no lugar dele? E foi isso que eu fiz, e como você deve ter percebido, sou muito egoísta. Mas e você? Agiria como ele ou como a mim?
Se você respondeu que como a mim, vou lhe contar uma coisa: como eu disse, eu pensava e buscava um maior diálogo com Deus para conhecer, entender e amar minha vocação. Percebi que o que Ele me pede é para confiar nele, assim como Cristo confiou e deu a sua vida por nós. E, assim como Cristo, tenho que despojar-me de minha vida para a salvação de muitos que eu nem sequer conheço. Não que eu tenha que morrer crucificado, literalmente falando, embora seja no sentido conotativo, no sentido de sacrifício. Diferente dele eu sou cheio de falhas e sem amor algum, por isso ele me pede apenas que eu abra mão de minhas vontades e sonhos para servi-lo de todo o coração e com todo o amor possível, mesmo sendo falho e tendo o coração tão duro. Mesmo por quê as pessoas mudam, eu também, e Ele busca cada um de nós para que conheçamos seu amor e seus planos para nós. Sempre nos oferecendo a verdadeira felicidade, infinita, eterna, mas que vem somente dele.
Outra lição que Ele procurou nos ensinar é a de que mesmo quando tudo parece ir mal, quando estamos sofrendo muito e pensamos em desistir, Ele está do nosso lado e não nos abandona, pelo contrário, é aí que Ele se faz mais presente em nossas vidas.
Portanto, ACORDA!!!! Ou você está pensando que Cristo se casou, teve filhos e levou uma vida ambiciosa e despreocupada como nós?
Outra coisa antes que eu me esqueça. Eu aceitei dar minha vida a serviço de Deus e de seu Reino, mesmo que muitos me maltratem. Com a graça do Espírito, me sinto chamado a dar a vida por meus irmãos e quero responder a este chamado. Afinal, isto é o mínimo que posso fazer por aquele que deu sua vida por mim, nunca me desamparou e é o único que tem esperança em mim, além de me amar muito, mas muito mesmo.
Com muito carinho escrevi estes pensamentos, procurando auxiliar-te amado irmão a entender o que chamamos de mistério da fé e, se possível, a ajudá-lo a sentir-se chamado à santidade e a discernir o chamado que Deus faz a você.
Graça, Paz e muito amor é o que desejo que o próprio Cristo lhe conceda sempre.