Já que estamos falando de ibope e medida de audiência ou sintonia, falemos dos métodos que levam alguém ou uma emissora a ter mais gente a ouvi-la e, com isso, faturar mais, já que ninguém é de ferro e quer ganhar dinheiro. É bem isso que os índices de audiência significam. Temos XY milhões de ouvintes, por isso veicular mensagens por meio de nós significa vender melhor (marketing). Nós oferecemos um market (mercado) vasto de XYZ milhões de ouvintes. Nosso preço para isso é $$$$$.
Começa por aí o perigo de usar tais palavras sem uma explicação bem clara a todo o que ouve. Marketing, traduzido seja como for, sempre significará mercadejar, enaltecendo o próprio produto e dourando a pílula para que mais gente compre. Marketing da Fé, por mais voltas que demos, acaba sempre no projeto de saber entregar a mercadoria bem embalada de maneira atraente para ganhar mais adeptos. Foi o que Jesus não fez em várias ocasiões. Ele daria cólicas de susto a qualquer diretor de marketing que se metesse a dirigi-lo.
Afinal, que diretor de marketing aceitaria que seu dirigido dissesse que segui-lo dava em cruz e sofrimento? Que fosse embora quem não quisesse ouvi-lo? Que não adaptaria palavras para agradar? Que não veio para os bonzinhos e sim para os pecadores? Que as prostitutas iriam para o céu mais depressa do que os chefes religiosos? Que supermercado rejeita um cliente ou manda-o procurar outro? Jesus não dosava as palavras para ganhar clientes nem adeptos. E provavelmente jamais mentiria sobre números. E não ensinaria a seus discípulos, que eles eram os maiores e os melhores e que seriam vitoriosos aqui, agora, já. É inimaginável Jesus pregando correntes de prosperidade aos negociantes… Ou dizendo que um time venceria, se tivesse mais adeptos dele. Quando dois arrojados e ingênuos discípulos admitiram que gostariam dos primeiros lugares, perguntou se tinham estômago para agüentar as conseqüências de tal responsabilidade. Fama e glória não era com ele. Não veio dar nem dinheiro nem prosperidade. O marketeiro muitas vezes mente e ilude o comprador. Jesus jamais faria isso!
No céu não vai valer o marketing das igrejas nem o do mundo. Vai valer a caridade e ponto final! Um dos perigos da Igreja eletrônica é olhar demais os dígitos e acabar adaptando o discurso a eles. Jesus também já falou o que acha de pregadores que movem céus e terra e fazem qualquer negócio para fazer mais adeptos (Mt 7,21 e Mt 23,15). Elogio é que não foi…
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