Felicidade, Amor, Justiça!

Assim como quase tudo atualmente, também estas palavras não mais exprimem o seu verdadeiro conceito, de forma pura e adequada. Hoje, quando pronunciadas, soam apenas de modo vazio e sem qualquer vibração. Ninguém mais sabe o que significa felicidade, amor e justiça então, o que muitos preferem mesmo é jamais saber do que se trata.

Muitos imaginam saber o que significa felicidade, ao mesmo tempo esforçam-se de todas as maneiras para pensar que são felizes, mas no fundo a realidade é bem diferente. Jamais poderão enganar a sensação, a intuição estranha, que insiste em se fazer notar; que aparece nas horas mais incômodas, como que alertando e chamando para um despertar espiritual.

A felicidade não está ligada à aquisição de coisas materiais, à satisfação de desejos, à busca de prazeres sexuais, às vitórias do time preferido, às ‘viagens’ de embriaguez, ao êxtase profundo, nada disso. Nenhuma dessas coisas traz felicidade; só provocam uma passageira sensação de bem-estar, por mais intensa que seja, por mais loucura que cause.

Também o amor… O que fizeram com isto? Entre os conceitos que mais foram arrastados à lama, à farsa, está o conceito de amor. O que o ser humano chama de amor? Vaidade, cobiça, inveja, instintos; tudo isso representa o ‘amor’ do fim do milênio. Alguns ainda relacionam o amor com a criatividade sexual de dois parceiros. Outros confundem amor com indulgência, condescendência imprópria, tolerância excessiva, moleza, fraqueza, algo estranho, a que eles chamam de perdoar.

Amor, em primeiro lugar, está ligado à severidade! Amar é servir, e não o aceitar calmo do erro dos outros, o que só os fará errar de novo e sempre, até que por fim tenham que reconhecer da pior maneira o seu errado agir. Assim o indulgente, o complacente, o ‘perdoador’, terá sido nada menos do que cúmplice do erro do seu próximo, a quem foi incapaz de auxiliar e mostrar o caminho certo, alertando-o em relação ao erro cometido.

Amor é Justiça! As duas coisas são uma só. Uma coisa sem a outra desfaz-se em nada, torna-se algo nocivo ao próximo, e só poderá levá-lo ainda mais para baixo. Portanto, quando alguém pregar o amor, deve exercer juntamente a justiça. Quando empregar a justiça, deve trazer consigo o amor!

Quando Jesus, a personificação do mais verdadeiro amor, disse: ‘Ama ao próximo como a ti mesmo’, assim como tudo o que Ele disse, isso também deveria ser analisado e entendido sob o ponto de vista espiritual.

Uma pessoa que age de maneira compulsiva, favorecendo a vida do outro, fornecendo ajuda material e conforto aos necessitados, e não os alerta espiritualmente, explicando-lhes a causa de sua situação e o ‘porquê’ de suas necessidades; esta pessoa se sobrecarrega com uma grande culpa, porque prega um falso amor através de suas ações. Insiste, portanto, em combater os efeitos simplesmente, de maneira que aqueles pobres e necessitados continuarão eternamente pobres… pobres de espírito… Sendo assim, o verdadeiro auxílio é o espiritual! Quem auxilia é aquele que ensina com amor o caminho certo a seguir, e age com justiça em relação aos erros cometidos. Em relação aos inimigos, nem que seja preciso uma punição severa, e que esta abra os olhos deles em direção ao reconhecimento de seus erros, assim deverá ser, pois isso se chama amor! Mas aí também deve imperar a justiça. Assim Jesus também disse: ‘Amai vossos inimigos!’. Dê-lhes o que for útil! Dê-lhes amor e justiça!

Mas muitos preferem ainda alimentar o falso conceito de amor, principalmente com relação ao amor divino. A idéia e a crença em um amor divino mole, facilmente aceitas, e até mesmo clamadas por muitos, atraem cada vez mais adeptos, deixando-lhes assim aparentemente mais aliviados, e permitindo-lhes também que se entreguem a toda sorte de prazeres, cobiças e paixões. A partir daí, combatem tudo o que se aproxima e que traz algum tipo de verdade ou esclarecimento, pois isto seria uma ameaça à situação cômoda e tranqüila em que se encontram. Que façam o uso de seu livre-arbítrio como bem queiram, mas que ao menos tenham a dignidade de arcar com as conseqüências dessa utilização insana e irresponsável, no momento em que o reaparecimento da verdade não puder mais ser contido, por mais que tentem, por mais que se desesperem.

Pois que reconheçam o verdadeiro amor! Ele vem de Deus, perflui e inunda todo o Universo! Pouquíssimas pessoas conseguem ainda atrair essa irradiação, e sentir a felicidade que irrompe como conseqüência da pura atuação deste amor; pois a verdadeira felicidade reside no mais puro amor… Somente a pessoa livre de qualquer culpa, e que vive da maneira correta e desejada pelo seu Criador, poderá atrair este puro amor, e sentir a felicidade real, constante e permanente!

Por isso, principie a pensar, falar e agir da maneira desejada e ensinada pelo Senhor nosso Deus, pois assim poderá sentir o amor inflamar seu espírito; intuirá também uma radiante felicidade e sentir-se-á acolhido na Onipotência de Deus!