Família – Base para a Civilização do Amor

“A família é a Célula-Mãe da Sociedade”. Você já ouviu esta frase?
Toda célula procede de outra preexistente, isto é, possui uma célula-mãe. Neste contexto então, não existe sociedade estruturada sem a família. Sem ela a sociedade não será de fato um grupo de indivíduos que vivem por vontade própria sob normas comuns. Para se viver em família, o primeiro requisito é a existência de amor mútuo, amor que não mede esforços para fazer o outro feliz, que leva muitas vezes ao esquecimento dos defeitos do outro para poder haver superação das dificuldades que surgem, através da união. Família é, portanto, a união de pessoas que buscam o bem comum e que está unida para constituir e construir o amor. Mas como viver dessa forma quando os exemplos ao derredor não sugerem que o melhor seja essa busca do amor, a partir do sofrimento muitas vezes?

Vivemos em uma sociedade conturbada. Os verdadeiros valores morais e éticos estão sendo distorcidos nas nossas famílias, principalmente pela influência que os meios de comunicação de massa dão com alguns de seus programas da rede televisiva, que não tem censura e que são carregados de sensualidade. Há assim uma enxurrada cada vez maior de imoralidade, falsa liberdade e pornografia sendo lançada sobre as famílias, sem haver preocupação com a qualidade das informações repassadas. Não se quer aceitar a Cruz do Nosso Senhor. O mundo quer evitar ao máximo o sofrimento e a dor e se esquece que, como diz a Oração da Salve-Rainha: “… a vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas…”, estamos em uma vida onde o sofrimento é inevitável, mas que este é uma passagem, pois haverá alegria plena na vida eterna que o Nosso Deus está nos preparando no Céu. Se a sociedade não acordar para o fato de que sua célula-mãe está morrendo, caminhará sem demora para sua auto-destruição. Cada doença tem a sua cura. Muitas vezes por não se conhecer a devida cura, busca-se alternativas para que este mal seja estacionado ou diminuído. No entanto, surgem complicações quando essas alternativas prejudicam ao invés de contribuir com a cura. E, infelizmente, são alternativas assim que estão sendo utilizadas para se dar fim a problemas de relacionamento de esposos e de pais e filhos. A sociedade está sendo ensinada a fugir ao invés de encarar e resolver seus problemas.

Basta uma análise na sociedade atual para verificarmos situações até mesmo catastróficas ocorrendo com muita freqüência, como o assassinato de crianças pelos próprios pais, de pais pelos filhos, situações de tortura, aborto, enfim, a vida não é respeitada na sua essência. Os homens buscam a liberdade pensando somente em si próprios. Há a mentalidade de que “cada um cuida da sua vida”. A Santa Igreja nos ensina que os pais são missionários responsáveis por transmitir a fé para seus filhos, são os primeiros catequistas. Se não o fazem, deixam seus filhos à mercê das idéias que podem ser benéficas ou não para a vida deles. Um bom pai que ama de fato seu filho vai querer sempre o bem para ele. Portanto, não pode esperar que este cresça e aí decida se quer ou não seguir o caminho que seu pai pensa ser o melhor, como pessoa experiente que é. A educação deve ocorrer desde os primeiros anos de vida; deve ser constante. Deus nos criou para vivermos na Civilização do Amor. Isso é claro desde o momento da Criação, quando o Senhor colocou Adão e Eva no paraíso (Gen 2). É o sonho Dele para nós.

Essa vivência do amor tem início na família. É a partir da estrutura de amor, carinho, afeto, segurança e acolhimento oferecido pela família que o ser humano vai poder desempenhar todas as funções através dos dons que Deus lhe deu desde seu nascimento. Isso porque uma família unida e que se ama é mais imune aos problemas cotidianos, mesmo que estes sejam muito grandes, isso porque em um ambiente familiar sempre há ajuda que, na ausência dele, pode não ser encontrada. Se não há vivência desse amor, há alguma lacuna a ser preenchida. Homem e mulher não estão cumprindo sua missão de se ajudarem entre si. Não há a verdadeira união que, por conseqüência, fará com que os filhos não recebam todo amor e ternura que precisam receber.
Deus é o Amor em plenitude. Estando com Deus as famílias terão alicerce para se manterem unidas por maiores que sejam as dificuldades, sem deixar que haja conformismo com tudo o que o mundo apresenta: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” Rom 12, 2. Se Deus é um Pai perfeito e que nos ama, teremos o melhor estando Nele e com Ele.
Não são as falsas liberdades apresentadas pelo mundo que irão resolver os problemas da sociedade. É à luz do Santo Evangelho que saberemos discernir dia-a-dia as melhores atitudes: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas.” Mat. 11, 28-29, portanto, no Senhor teremos todo o auxílio que precisamos.

Você quer viver na Civilização do Amor?

Se sua resposta for sim, viva em família.