Eu e o espelho

Alguém muito desanimado entrou na igreja e falou com Deus: “Senhor, aqui estou porque nas igrejas não há espelhos. Nunca me senti satisfeito com a minha aparência”.

Subitamente uma folha de papel caiu aos pés dele, vinda do alto do templo. Atônito ele a apanhou e viu a seguinte mensagem: ‘a feiúra é invenção dos homens e não minha. Não importa se os braços são longos ou curtos. Sua função é o desempenho do trabalho honesto. Não importa se as mãos são delicadas ou grosseiras. Sua função é dar e receber o bem. Não importa a aparência dos pés. Sua função é tomar o rumo do amor e humildade. Não importa se a cabeça tem ou não cabelo, mas sim os pensamentos que passam por ela. Não importa a cor dos olhos. O que importa é que eles vejam o valor da vida. Não importa se a boca é graciosa ou sem atrativo. O que importa são as palavras que saem dela’.

Atônito o homem foi saindo da igreja e na porta de vidro viu o seu reflexo. E ali estava escrito: ‘Veja com bons olhos seu reflexo neste vidro e lembre-se que em tudo que existe escrito sobre mim não há uma única linha dizendo que sou bonito‘.