Estamos constantemente em busca da paz

A paz é possível, se existe a disposição para pagar o preço. É o que os países da Europa acabam de provar ao mundo ao instituírem a moeda única: o Euro. Muitos interesses menores cederam ao bem maior dos europeus. As gerações anteriores preferiram as guerras. Com seus inauditos horrores, sofrimentos, matança de milhões de vidas, especialmente de jovens, além da destruição de fábricas, cidades e obras de arte. O Euro custa menos do que uma guerra!

A paz é também desejada. O Papa João Paulo II, mesmo idoso e enfermo, mais uma vez teve a coragem de convidar os líderes das grandes religiões do mundo a se encontrarem em Assis (Itália) a fim de orarem pela paz. A imprensa mundial foi unânime: o gesto profético do Bispo de Roma foi entendido e correspondido. De Assis, terra do humilde e pobre Francisco de Assis , subiu aos céus o grito por um mundo de paz, como nunca se ouvira na história. E junto com a prece, o compromisso de nunca usar a religião e o nome de Deus para justificar a violência, o terrorismo e a lesão à dignidade humana.

A busca da paz implica em mudança de mentalidade e de estruturas mundiais, na linha solidariedade. Após a queda do muro de Berlim e da cortina de ferro, o capitalismo selvagem, sob a capa de ”neoliberalismo“, cantou vitória: é o fim da história. Hoje todos sabemos: é o início de uma nova história. O fórum social de Porto Alegre foi notícia diária nos grandes meios de comunicação da Europa. A humanidade está atenta aos novos rumos e desejosa de superar a injustiça e a exclusão social. Os aspectos positivos da globalização econômica estão comprometidos sem a correspondente solidariedade universal.

Os cristãos do Brasil são protagonistas de um dos melhores instrumentos de superação do ódio, da exclusão social e da injustiça institucionalizada: a Campanha da Fraternidade. Ela apela ao Evangelho, cria nova consciência social e, através de uma coleta para o Fundo de Solidariedade e outros gestos concretos, convida a iniciativas concretas em prol dos mais necessitados. Desta vez, pelos indígenas sobreviventes.

Tempo de oração, de conversão, de partilha, de busca da paz. Como disse Jesus: “Convertei-vos e crede no Evangelho”.