Mesmo antes do falecimento de seu marido Henrique, Edwiges foi-se desprendendo das coisas da terra. Dispôs de tudo e retirou-se no mosteiro de Frebnitz. Nos fundos do mosteiro quis fazer sua morada. Tudo era pobre. Um quarto pobre. Mobílias pobres. A rica Duquesa fez-se pobre entre as pobres monjas.
Lá viveu quarenta anos, vestinda como religiosa, no meio das monjas. Mas, embora viúva depois da morte do esposo, não quis fazer os votos religiosos por considerar-se uma grande pecadora e por ficar mais livre em atender os pobres com suas riquezas. Portanto, nunca foi monja, mas uma santa mulher consagrada a Deus e a serviço dos pobres.
A exemplo de Jesus Cristo, muitas vezes lavava os pés dos pobres, enxugava-os com uma toalha e beijava as mãos que recebiam suas esmolas. A eles dirigia palavras de consolo e confortava-os em suas misérias.
Certa vez lavou os pés de nove leprosos, vesti-os com roupas novas e fez questão que se assentassem à mesa com ela. Não queria nunca tomar refeição antes de dar de comer aos pobres. Nem bebia água sem que antes o mais miserável dos pobres tivesse bebido em seu próprio copo.
Assim, no convento, longe das intrigas do palácio ducal, podia dedicar-se à oração, sobretudo na freqüência à missa cotidiana, que era o centro de sua vida; podia mais e mais servir aos pobres, nos quais enxergava a presença de Cristo.
E como santamente viveu, assim também morreu santamente naquele mesmo mosteiro, invocando o nome de Jesus.
Era o fim do dia 15 de outubro de 1243.