Em seu habitual artigo semanal, o Cardeal Eugênio Araújo Sales, Arcebispo emérito do Rio de Janeiro abordou o tema da crescente imoralidade dos programas de televisão e recordou que os responsáveis pelos meios de comunicação, em todos os níveis, deveriam lembrar que responderão não só diante da sociedade, mas também diante de Deus, pelos conteúdos que promovem.
O Cardeal denunciou a existência de uma falsa liberdade de expressão que, na verdade, é um incentivo e um ensinamento prático de tudo o que corrói as bases da sociedade. Falar em censura é ofensivo disse o Cardeal , mas esquecem que deve ser livre a manifestação de idéias políticas e outras sobre legítima organização social, não as que destroem a inocência da criança, abrem as portas para as drogas, exterminam os valores morais, protegem pequenos grupos que, louvando desvios de conduta, empolgam multidões.
Segundo o Cardeal, neste processo de alteração dos valores sociais contribuem alguns servidores da Justiça que interpretam, às vezes, segundo critérios subjetivos, promovendo assim, a deteriorização da sociedade. Outro setor também responsável é o Legislativo, ao aprovar leis que possibilitam a destruição dos princípios éticos, agregou.
No entanto, para o Cardeal E. Sales, a grande responsabilidade cabe aos formadores da opinião pública. Segundo ele, os que militam na mídia, desde os proprietários aos escalões menores, respondem diante de Deus. Receberão a coroa da vitória se serviram ao bem público promovendo a observância da lei natural e divina. E o castigo, se utilizaram o poder que têm nas mãos para a destruição de valores que asseguram a estabilidade dos indivíduos e da sociedade, disse também.
Um programa televisivo que promove a falta de caráter e outras deficiências explicou o Cardeal emérito , na verdade é uma escola do mal, desde a corrupção administrativa, até à destruição dos lares, à violência e à difusão da droga.
Muitos responsáveis
O Arcebispo emérito do Rio apontou, no entanto, que a culpa não é só dos personagens que encenam os fatores que corroem a vida digna, mas também, em grau diverso, dos que colaboram com esses programas. O Cardeal inclui, entre esses os eleitores de candidatos favoráveis ao aborto, à exaltação da homossexualidade, os que dificultam o ensino confessional nas escolas, os corruptos e tantos outros. Além disso, acrescem aqueles que adquirem produtos e utilizam o estímulo dos instintos sexuais para aumentar o lucro com a venda dos mesmos.
A máquina compressora do sórdido lucro e da vitória da competição entre concorrentes preserva esse clima de loucura que nos envolve, disse também o Cardeal Sales, declarando que nos vemos ameaçados pelo desânimo ou por uma atitude passiva, esperando unicamente do Governo a solução. Pouco se fala no recurso aos indivíduos ou à própria comunidade para corrigir ou aliviar essa situação.
Fonte: ACI