O dia 18 de outubro foi escolhido como o Dia dos Médicos por ser consagrado, pela Igreja, a São Lucas. Como se sabe, esse grande santo é um dos quatro evangelistas do Novo Testamento.
Lucas não conviveu pessoalmente com Jesus, por essa razão, a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Cristo.
Segundo a tradição, ele era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina em Antioquia.
A vida de São Lucas – como evangelista e médico – foi tema de um romance histórico muito difundido chamado: Médico de Homens e de Almas, de autoria da escritora Taylor Caldwell.
Depois de falar um pouco sobre essa grande figura da Igreja católica, gostaria de expressar o quão sublime é a missão de ser médico. Quando cursava o sexto ano na Faculdade de Medicina e estava de plantão na UTI, numa fria noite de inverno, ouvi um paciente chamar-me por detrás de uma cortina entreaberta na Unidade Coronariana. Ele disse: Minha filha, por favor, venha aqui. Como já escrevi, eu estava de plantão na UTI e não na Unidade Coronariana, mas fui rapidamente até lá. Ele pegou minhas mãos delicadamente e disse: Esta noite me trouxeram para cá porque tive um infarto; eu a vi por entre a cortina e quero te dizer uma coisa. Eu olhei para ele, um senhor de mais ou menos 70 anos, cabelos brancos, magro, usando óculos, mas o que mais me chamou a atenção foi aquele olhar repleto de carinho e amor. Com a voz quase sussurrando ele me disse: Minha filha, faça da Medicina um sacerdócio e não uma profissão. Dias depois ele veio a falecer!
Aquelas palavras não saíram da minha mente e com o passar do tempo fui entendendo melhor aquilo que ele me disse. Nós temos que estar impregnados de Amor, mergulhados no Amor, para somente assim amarmos e cuidarmos daqueles que nos procuram como se fossem o próprio Jesus! Não basta fazermos um brilhante diagnóstico com expressão de frieza e de insensibilidade, ou mesmo com pressa para atendermos os outros que estão esperando. Cada pessoa é única no universo de DEUS e merece ser tratada com todo o respeito e dignidade que lhe foi dada pelo Criador.
O que tenho experimentado nestes 15 anos de profissão-sacerdócio é que o carinho, o amor, o escutar as dores não visíveis, um sorriso, a compaixão pelo que sofre CURA muito mais que muitos remédios.
Precisamos correr atrás de todos os avanços tecnológicos e ao mesmo tempo correr atrás de DEUS na adoração e na Eucaristia para que Ele nos ensine esta linda arte de Amar, de atender, de tratar, ou simplesmente, em certos casos em que a Medicina nada mais pode fazer, ESTAR JUNTO com aquele que sofre!
São Lucas, rogai por nós!