Copa do Mundo - 2002

Fiquei muito feliz ao participar, juntamente com os torcedores, no contexto da Copa Mundial, dessa espécie de liturgia do povo de Deus nos estádios. Quando nas arquibancadas, crianças, jovens e ídolos se irmanavam com aquele entusiasmo, eu imaginava PAI ali presente se divertindo com os filhos de todas as raças. De vez em quando algum até se lembrava dele, ao entrar no campo, ou no caso do goleiro da seleção brasileira, se ajoelhava diante de todo o mundo para agradecê- lo. ‘Quer comais, quer bebais, quer façais outra coisa, fazei tudo para maior glória de Deus‘.

Deus por ser Pai e ótimo pedagogo, joga juntamente com os filhos. O Espírito Santo é o grande técnico, Jesus é o perfeito juiz. Se necessário distribui cartão amarelo, toda vez que no jogo se falta contra fraternidade. Não admite que ninguém simule, agrida, ofenda, esteja impedindo. Se necessário prorroga o tempo do jogo…

Muitos se esqueceram dessa qualidade de nosso PAI: ELE É LÚDICO. Foi ele que desde toda a eternidade inventou todos os esportes e nos criou com aptidão para participarmos dos mesmos. Quando ele concebeu o corpo humano pensou em todos os músculos e reflexos para que pudéssemos nos divertir com os jogos e nos exercitarmos, através do esporte, na gratuidade da convivência.

Já Pio XII afirmava que a prática do esporte não é simplesmente prazer, é um dever. Baseado nessa afirmação, entendo que a pessoa que não pratica nenhum esporte, deixa de agradar a Deus, não cuidando bem do desenvolvimento do seu corpo, ou acumulando toxinas. São João Bosco, um grande pedagogo, entendeu bem tudo isso, e fazia questão de que os educadores fossem a alma das diversões. Afirmava que inclusive, no esporte, é que se conhece bem as pessoas.

É bem verdade que Deus criou a floresta e o homem a moto- serra; Deus criou a vida e o homem o aborto; Deus criou o átomo e o homem, a bomba atômica. Deus criou as águas puras e o homem o esgoto; Deus criou o esporte e o homem, o comércio dos jogadores, o fanatismo, a brutalidade, o exagero, as brigas, o orgulho. Mas desde criança aprendemos que o que é importante é competir e não ganhar e que é melhor criar um lugar a mais no campo do que mil nas arquibancadas. Torcer é um pouco. Bom mesmo é vestir uma camisa numerada no campo da vida e defender sua posição como atleta de Cristo.

Nessa partida não sabemos quando o juiz vai apitar o final e o Pai irá premiar não só o resultado, mas o esforço. O apóstolo Paulo já tratou desse assunto testemunhando seu modo de proceder com o estilo de vida de um bom atleta. ‘Vamos pular, vamos pular, vamos pular’. Deixe a poltrona. Pratique esporte. Não se trata apenas de um prazer, mas de um dever.