A Igreja está sempre se renovando! A cada instante a História nos surpreende com acontecimentos que nos fazem caminhar avante e discernir caminhos.
Acabamos de viver um dos pontificados mais longos da História, que deixa marcas profundas pelo trabalho de missão e evangelização, tanto pelas viagens como pelos escritos e incentivos do saudoso Papa João Paulo II.
Na questão das Comunicações, ele foi alguém que soube utilizar-se dos meios para fazer chegar a mensagem cristã a todos os cantos da terra. Foi o primeiro a utilizar a Internet para enviar um documento ao mundo, e incrementou esse setor nas comunicações da Igreja.
Assume agora o pontificado o Papa Bento XVI. Ele é uma pessoa que conhece bem a Santa Sé pelo cargo que ocupou nos últimos 23 anos e pela proximidade com o Santo Padre em suas audiências semanais.
Vem de uma experiência vasta, como um dos grandes teólogos do século XX, como um intelectual que olha e examina a sociedade, o mundo e a Igreja em confronto com as ideologias e encaminhamentos que são dados, e as preocupações com o rumo da História.
É interessante o tratamento da mídia nesses dias. De um lado tivemos o maior acontecimento midiático dos últimos anos. A cobertura da mídia e a presença do povo nos funerais do Papa João Paulo II marcou este início de milênio e século. O mesmo se pode dizer da cobertura do Conclave, anúncio do novo Papa e o início de seu Pontificado.
Mas sabemos que a mídia é uma questão de consumo. Mesmo que tenha dado ampla cobertura e emocionado tantas pessoas, as manchetes já estão em outras questões e dimensões. A cobertura dada pela grande mídia foi importante e interessante, mas já passou.
Porém, ficam algumas perguntas pertinentes ao assunto. Sabemos que nenhuma notícia é “neutra”. Ela sempre é dada de acordo com os encaminhamentos e opções do veículo. Tanto com relação ao espaço que ocupa como com relação à sua omissão no noticiário. Mas é também interessante verificar as repercussões que a mesma mídia faz ocorrer com as entrevistas e na escolha dos próprios entrevistados.
Juntamente com o grande acontecimento da morte do Papa João Paulo II, tivemos algumas vozes discordantes e tecendo críticas levadas pelo seu amargor interior ao seu Pontificado. Mas como a avalanche de evidências a favor do papa falecido era grande, elas ficaram em menos evidência.
Porém, com a ascensão do Papa Bento XVI ao trono de Pedro, já com as emoções no lugar, a mídia apareceu colocando as questões de modo negativo, ouvindo algumas pessoas que já tinham seu conceito formado, e já bem conhecido do público, que apenas viam o seu lado. É claro que isso seria esperado das pessoas entrevistadas. Mas temos também muitos outros lados e muitas pessoas que pensam diferentemente. E o destaque não foi dado a elas. Mesmo as insinuações das “capas de revistas” passam para o público imagens que nem mesmo as reportagens com os seus conteúdos dão razão à capa em questão.
É nesse sentido que neste momento da História, passadas as grandes emoções de uma sucessão do ministério petrino na Igreja Católica, nós somos chamados a louvar a Deus pela caminhada eclesial e pelas pessoas que dão sua vida pela causa do Evangelho.
Soam ainda em meu interior as palavras do testamento de João Paulo II não tenho bens, não tenho nada de herança a deixar a não ser alguns objetos pessoais! O grito do povo na Praça de São Pedro anunciando-o como “Santo Já”, nos faz ter a certeza de que ele contempla a Deus na visão beatífica, onde, portanto, já é santo, bastando apenas a Igreja ratificar com a declaração oficial.
Mas ressoam também o “anúncio feliz” do sucessor. Todos nós sabemos que é o Espírito Santo quem escolhe o Sumo Pontífice. Os Cardeais são instrumentos do Espírito. Esse espírito de fé não se pode supor da imprensa e nem de alguns analistas cristãos ou não. Mas para nós sim. Acreditamos na ação do Espírito e caminhamos nessa certeza. Essa ação do Espírito supõe a nossa adesão e a nossa parcela de participação. E é por aí que queremos caminhar neste novo tempo para a Igreja.
Que os nossos meios de comunicação continuem a passar esse espírito de Fé ao nosso povo e esclarecê-lo sobre os porquês das decisões da Igreja em favor da vida, da família, da pessoa e, ao mesmo tempo, leve o nosso mundo a ver que é possível construir a “civilização do amor”, e que não devemos ter medo de aceitar Cristo em nossas vidas, em nossa sociedade!