Amar de novo?

“Aqueles que se dispõem a servir a Deus, comprometem-se em fazer a vontade de Deus. Ela mesma nos impulsiona e nos tira de nossa situação de comodidade.”

Em Oséias (3,1) está escrito: O Senhor me disse: “Vai amar de novo aquela mulher adúltera, amada por um amante…” É uma ordem de Deus: “vai amar”.

Ainda que não descobrimos o amor em nós, todos têm direito de nosso amor e todos nós temos amor para dar. Amor puro, amor que cura, que perdoa, amor que ama de graça sem esperar nada em troca, amor que chora, que se alegra, amor que dói, amor que até deixa a nossa alma enferma como Santa Terezinha pode experimentar.

”O amor de Deus é tão grande que não cabe em nós, é um amor que nos torna livres, que nos atrai a Ele. Deus nos ama com um amor eterno” (Jr 31,3).

Todo ser humano, mesmo que inconsciente, busca o amor verdadeiro que é Deus. Muitos confundem amor com “sexo” na expressão “vamos fazer amor (sexo)?” O amor não é sexo! O sexo foi feito por Deus para o casamento, e, é uma conseqüência do amor entre duas pessoas que se casaram legalmente na Igreja. Existem namoros onde o homem diz a sua namorada: “Dê uma prova de amor para mim, faça sexo comigo”. Não provo amor fazendo sexo. Ele só quer usar a sua namorada para ter prazer e depois termina tudo, pois conseguiu o que queria. Deus diz para nós vivermos a castidade.

Por isso retomo agora a palavra: “Vai amar…”, é uma ordem realmente para todo homem, pois Deus é o verdadeiro amor e, é o que todos nós buscamos, homens, mulheres, crianças, jovens e idosos: Amar e ser amado.

“Todos nós temos necessidade do amor puro dos nossos irmãos para o nosso equilíbrio afetivo”. (Pe. Jonas Abib)

Na Canção Nova uma das regras de vida é: “Viver reconciliado”. Por isso: “Vai amar de novo aquela mulher adúltera, amada por um amante…” (Os 3,1). Amar de novo quem nos ofendeu, quem nos traiu, quem adulterou contra nós, etc. É difícil nessa situação obedecer à ordem de Deus “amar”, mas quando nos dispomos a dar o primeiro passo e amar de novo, entramos na glória de Deus aqui na terra.

Mais difícil ainda é se o erro persistir, “o amar de novo” torna-se um desafio, mas se quero amar, então preciso amar de novo, com isso vou exercitando o amor e o perdão dentro de mim.

Para que mudemos de vida (conversão) é necessário um tempo, isso não acontece de uma hora para outra, é preciso muito suor, lágrimas, oração, renuncias e mesmo assim passamos a vida inteira, dia-a-dia nos convertendo, mudando de vida. Para amar é assim, não é de uma hora para outra que eu amo, é preciso exercitar o amor a cada dia, a cada situação.

Já estamos nos finais dos tempos e daqui a pouco tempo Jesus voltará em Sua glória e não vai dar para improvisar “amor/perdão”, porque amor e perdão são uma coisa que é vida. Se não amo hoje, se não perdôo hoje, no final não conseguirei.

Amar quantas vezes for necessário. Somos como a mulher adúltera citada em Oséias (3,1), que com nossos pecados ferimos a Deus. E Deus não se cansa de nos amar e amar de novo, a cada dia, a cada erro, a cada pecado, Deus nos ama de novo e com maior intensidade.

Insisto novamente: Deus nos convida – dá uma ordem – a AMAR DE NOVO, outra vez, mais uma vez, quantas vezes for preciso, pois Ele não se cansa de nos amar mesmo com os nossos adultérios para com Ele, quando colocamos outras coisas em primeiro lugar em nossas vidas.

“Ama e serás livre” (Sto.Agostinho), pois o “amante” é o diabo que nada tem de amor, só quer destruir o amor. Existem muitas pessoas anêmicas, mas a pior anemia é a do amor.

Por isso, ó Israel, volta ao Senhor teu Deus de todo o coração e com toda a sua alma. Amém.