Acorda menino! Acorda menina!

Gosto muito de assistir TV, principalmente programas com conteúdo formativo, que transmitem uma mensagem. Aliás, é comum que assuntos de nosso interesse, atraiam nossa atenção e exerçam uma certa influência em nossas atitudes, concepções, decisões.

Certo dia sentei-me à mesa para tomar café da manhã e liguei a televisão – um costume adquirido quando passei a trabalhar nos meios de comunicação. – Estava começando um programa numa emissora de renome internacional. A apresentadora contava a história de uma telespectadora que mudou de vida depois que assistiu àquele programa. Em seguida, uma reportagem explicava o motivo. Uma mulher, aparentando uns 30 anos, estava com depressão. Há semanas ela só tinha vontade de dormir e ficar na cama. Numa certa manhã, ligou a TV e viu a tal apresentadora que na ocasião lia uma mensagem sobre esperança, e em seguida gritava uma expressão usada comumente todas as manhãs:

“Acorda menina, acorda menino!”

Ao ouvir aquela frase, a telespectadora disse que sentiu vontade de levantar e daquele dia em diante sua vida mudou. Há quase dois anos ela venceu a depressão, descobriu que tinha dons artísticos e montou um ateliê e transformou sua vida. A força das palavras ditas por aquela apresentadora trouxe à mulher em depressão de volta à vida.

Ouvindo isto, questionei: “quanto poder” exercem os meios de comunicação sobre a vida das pessoas”. A TV, ou mesmo a Rádio e a Internet, podem conduzir os receptores para o bem, mas também para o mal. E quanta força tem a palavra proclamada, anunciada, dirigida a alguém. Palavras que podem matar e ressuscitar, levantar, apoiar, incentivar ou ainda destruir, derrubar, prejudicar.

Saindo um pouco da questão dos meios de comunicação, vale lembrar também da força da palavra de um pai ou uma mãe, quando profere palavras a seu filho:

“Você não presta, você não tem jeito!” Quanto mal isso pode fazer na vida de um adolescente, de um jovem, que, se vive um momento de crise, tudo o que precisa ouvir é: “Meu filho, mamãe te ama. Você vai conseguir. Papai acredita em você!”

E quanta força está contida na palavra de um político, de um líder religioso. E as palavras de Jesus proclamadas durante sua vida pública? “Vai teus pecados estão perdoados. De agora em diante não peques mais. Menina levanta e anda…” Quanta transformação. Quanta mudança gerada na vida destes personagens, a partir das palavras de Cristo!

Não poderia esquecer de chamar a atenção para a força das palavras na vida de um casal, seja de namorados, noivos, ou casados. Em alguns casos, frases mal formuladas, opiniões mal expressadas em momentos inoportunos, podem comprometer um relacionamento. Por outro lado uma palavra que transmite segurança, afeto, carinho e compreensão, pode ser fonte de reconciliação, de cura, que fortalece, que solidifica a relação.

Como estou usando as palavras? Até que ponto me preocupo com o que digo, quando digo, para quem digo? Que diferença tenho feito na vida das pessoas que convivo? Tenho sido fonte de resgate, de vida, ou tenho agido na indiferença, pensando só em mim? Tenho consciência de que o dom que me foi dado de comunicar, pode salvar, mudar a vida de alguém?

Após assistir aquele programa de TV, fiz todos esses questionamentos. E já encontrei algumas respostas. Convido você para que faça o mesmo. Pare um pouco. Reavalie suas atitudes. Tenho certeza, que como eu, você também vai descobrir muita coisa.

Eu não nasci para ser sozinha, a minha existência precisa fazer a diferença na vida do outro. E não precisa ser político, nem apresentador de TV, nem ser artista, nem cantor, nem líder religioso. Aí, bem do seu lado, em casa, no trabalho, na faculdade, numa festa, em família, pode ter alguém ouvindo o que você fala, lendo o que você escreve.

Que estas palavras cheguem aonde precisem chegar. Que encontrem seu destino, e façam a diferença na vida daqueles que forem ler.

“Acorda menina, acorda menino!”
“Acorda jovem, acorda internauta, leitor!”

Tem muita gente precisando de suas palavras, ou quem sabe, você não está precisando estar mais atento às coisas que ouve, ou ainda precisando dar mais valor às palavras que chegam até você?