Abuso ou dependência

O álcool, a maconha e o tabaco são as três drogas mais populares entre os adolescentes, e comumente são chamadas de drogas de entrada, porque seu uso muitas vezes leva ao uso de drogas mais pesadas, como a cocaína e a heroína. O álcool é uma droga que altera os estados de consciência.

Royce em 1981 explica, que o álcool é um depressor, que circula pelo sangue segundos após sua ingestão levando apenas meio minuto para alterar o funcionamento do cérebro. Davidoff, 2001 conclui explicando que como depressor, o álcool inibe o córtex cerebral. Com a influência cortical controlada, as pessoas sentem-se mais livres e soltas. Com moderação, o álcool energiza, diminui a dor e traz sensações de conforto, bem-estar e talvez euforia. Para alguns aumenta a sociabilidade, para outros gera suspeição e agressão. Com uma ingestão maior ocorre prejuízo da fala, coordenação motora e visão.

Segundo Ramos e Bertolate, 1997 o abuso e a dependência ao álcool, além de extremamente freqüentes, tem algumas particularidades relevantes, dignas de serem enfatizadas. O álcool é uma substância que induz ao longo dos anos, uma significativa tolerância e dependência física.

O DSM IV descreve que o abuso do álcool caracteriza-se por um padrão patológico de ingestão repetitiva de bebidas alcoólicas, repercutindo negativamente na saúde física, problemas sociais, ocupacionais e sobre o funcionamento da família.

Dalgalarrondo, 2000 descreve a síndrome de dependência ao álcool (SDA) como um estado psíquico e físico resultante da ingestão repetitiva de álcool, incluindo uma compulsão para ingerir bebidas alcoólicas de modo continuo ou periódico, havendo perda do controle.

Para Sonnenrcich (1971) o alcoolismo deve ser definido como perda da liberdade de escolher entre beber e não beber, assim como com quem e onde beber. O diagnóstico é feito baseado em três dimensões: física, psicológica e social. O alcoolismo não é uma condição uniforme. Trabalhando com 5.000 pessoas admitidas em um centro de tratamento em Denver durante 15 anos, Kenneth Wanberg e John Horn (1983) identificaram diversos padrões de uso problemáticos de álcool. Os alcoólatras diferem desde o inicio na motivação para beber. Alguns citam motivos como: “bebo socialmente para aliviar as tensões”; “bebo para estimular a mente e fica em estado de alerta”; “bebo para melhorar o humor e aliviar a depressão”. Os estilos de beber também diferem, uns buscam companheiros, bares, festas outros se isolam para beber. Alguns pensam continuamente em álcool e em beber outros ficam sem beber durante um mês ou mais, mas não resistem a uma bebedeira vez ou outra.