A Virgindade de Maria, nossa pureza!

A Virgindade de Maria é um privilégio intimamente unido ao da Maternidade divina e harmoniosamente relacionado com a Imaculada Conceição e a Assunção gloriosa.

Maria é a Rainha das virgens: ”A dignidade virginal começou com a Mãe de Deus” (Santo Agostinho, Sermão 51). A renúncia ao amor humano por Deus é uma graça divina que impulsiona e anima a entregar o corpo e alma ao Senhor com todas as possibilidades que o coração possui. Deus é, então o único destinatário deste amor que não se compartilha. É n Ele o lugar onde o coração encontra sua plenitude e sua perfeição, sem que exista a mediação de um amor terreno. Então o Senhor concede um coração maior para desejar n Ele todas as criaturas. A vocação ao celibato
apostólico – por um amor do Reino dos Céus (Mt 19, 12) – é uma graça especialíssima de Deus e um dos maiores dons a Sua Igreja.

Para solteiros e casados, a Virgindade de Maria é também um chamado a viver com finura a santa pureza, indispensável para contemplar a Deus e para servir a nossos irmãos os homens. É uma virtude indispensável para sermos contemplativos, ainda que se depare de frente com o ambiente materialista, que inclusive tenta combate-la. O Espírito Santo exerce uma ação especial na alma que vive com delicadeza a castidade, e produz muitos frutos: engrandece o coração, traz profunda alegria, possibilita
o apostolado, fortalece o caráter e faz-nos mais humanos, mais capazes de compadecer-nos dos problemas alheios. Em contrapartida, a impureza provoca insensibilidade no coração e egoísmo, além de facilitar o campo propício de todos os vícios e deslealdades.

Neste dia podemos oferecer a Virgem Maria a entrega de nosso coração, e uma luta mais delicada nesta virtude da santa pureza, tão grata a Deus e tão frutuosa em nossa vida interior e no apostolado. Com a ajuda da graça e dos Sacramentos da Eucaristia e da Penitência, é possível viver em todos os momentos e circunstâncias da vida. A santa pureza exige uma conquista diária, porque não se adquire de uma vez para sempre; e necessitamos de uma profunda humildade e sinceridade na direção
espiritual. Levemos este grande tesouro da pureza em vasos de barro, inseguros e quebradiços, mas tenhamos todas as armas para vencer.

Ao terminar nossa meditação, peçamos a Nossa Senhora que é a pureza imaculada – itota puchra! – que nos ajude a viver essa virtude com grande delicadeza.