A inanição de Deus

Por um ônibus que lentamente trafegava por um trânsito caótico às beiras de uma favela, percebia-se ao lado de madeiras empilhadas, que davam forma para aquilo que chamavam de “casa”, uma criança que transfigurava-se em alegria; ainda que fosse seu playground caixas de papelão vazias e suas bonecas representadas em pequenos pedaços de madeira. Parecia-lhe que nada poderia incomodá-la.

A miséria implacável, desejosa em condená-la ao mesmo fim de outras centenas de milhares de pessoas, lhe devorava vorazmente cada centímetro da pouca dignidade que pudera lhe restar… Não obstante, resistia-lhe o sorriso.
A maturidade de nossos conceitos estaria crescendo inversamente à maneira da simplicidade que Deus nos pede?

Faminta a nos rodear está outro tipo de miséria, que se empenha em nos condenar à morte por inanição de Deus.
O início de uma reação se fundamente na volta para Deus. Conhecendo seu zelo de Pai, entenderemos que “os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada”.(cf. Rom 8,18).

Não se trata de uma tarefa fácil enchermos novamente de esperança, num suspiro, o desejo de voltar a sorrir, quando estamos envolvidos pelas dificuldades e provações, ou até mesmo de continuar na caminhada.
Certamente, teríamos muitos motivos para nos acabar em lamentações e tristezas. Entretanto, sempre haverá alguém do nosso lado esperando ser nutrido daquilo que ainda temos para oferecer.

Que o Espírito Santo venha em auxilio de nossas fraquezas e abrindo nossos olhos não corramos o risco de definhar, subestimando as grandezas dos princípios daquEle que caminha conosco e nos chama de seu povo.

Deus abençoe sua casa!