A auto-estima e o Amor!

Não vivas confundida e angustiada pelo futuro dessa relação que não chega, humanamente e espiritualmente existem respostas para viver com paz e alegria.

Há alguns anos em algum de meus seminários, conheci uma garota muito atrativa, inteligente e de boa postura. Ela achegou-se para uma conversa de auto-estima, pedindo-me conselhos de como manejar sua relação amorosa com um garoto que estava namorando.

Uma situação muito comum

Era uma situação ‘muito comum’, parecida, talvez, à tua ou a de alguém que conheces. O rapaz lhe chamava uma vez a cada dois meses: saíam, acontecia um encontro romântico e tudo parecia que no final sua relação caminharia. Tristemente, mais uma vez, ele desaparecia e ela ficava com o coração em pedaços, sentindo-se culpada por não saber colocar-se no seu lugar. Todos os dias esperava em vão, e jurava a si mesma que da próxima vez o chamaria para conversar, e cortaria a raiz dessa relação que não a levava a nada bom. O rapaz voltava dois meses mais tarde a chamar, e ela como mulher e namorada que é incapaz de controlar-se e valoriza-se pouco, voltava a cair em seus braços. Imagina ser um exagero?…

Lamentavelmente, como no caso da garota anterior, há milhares e milhares. E se encontram em todos os níveis. São mulheres de todas as classes, estudantes destacadas e profissionais. Sua auto-estima no campo acadêmico está muito bem posicionada; mas no aspecto pessoal, íntimo, sua auto-estima (a relação afetiva e ordenada a si mesma) é um desastre, ao invés de esperar pelo homem que verdadeiramente aprecie o valor que tem como mulher, vai conformando-se com migalhas.

Deus conhece tua necessidade de Amor

Se estás passando por uma situação assim, é importante que ‘despertes’ a ti mesma e ponhas ‘ordem’ interior em teu mundo. Há em cada mulher uma necessidade profunda de amor. Uma exigência interior de ser amada e sentir-se amada, mas muitas vezes, se não aprendes a controlar a afetividade, ou seja, o modo em que és afetada interiormente pelas circunstâncias que se produzem em teu redor (segundo o Psiquiatra Enrique Rojas), cairás – quase sem perceber – em uma diminuição de tua dignidade como mulher. Quando? No momento em que aceitas relações amorosas que não contribuam ao teu crescimento como mulher, mas diminuem-te e te levam à angústia.

Ainda que em sua origem, os sentimentos são inconscientes, e podem ser harmonizados com a razão e a vontade – aprendendo a Ter sentimentos adequados à realidade. Em muitos casos, pode ser que aceites uma relação ‘circunstancial’, devido à tua própria imaturidade e insegurança em saber o que verdadeiramente desejas. Estou de acordo a buscar um psicólogo para que te ajude a entender o conceito de auto-estima humana, mas o mais importante que os conselhos emocionais que te possam dar, é importante que analises como esta a fé em tua vida. Porque a fé é o ‘assento’ a partir de onde emerge a mulher madura, culta, sábia e consciente de sua enorme dignidade como Filha de Deus. A fé é o fundamento que dá maturidade à personalidade.

Responda-te a ti mesma estas perguntas:

Quem é Deus para mim?

Sinto-me realmente amada por Ele como uma Filha?

Que lugar Ele ocupa em minha vida?

Como alimento minha relação com Ele?

Isso quer dizer: Tenho uma vida de oração para poder entender o sentido de minha vida e tudo o que me passa?…

Em Segundo lugar, após ter refletido sobre as perguntas anteriores, analise o seguinte:

‘Não há nada que preencha mais o coração de uma mulher que a filiação amorosa que se decida a Ter com Cristo’. Se estás presa a um amor humano isto será muito difícil de entender, mas trata-se de interiorizá-lo e vivê-lo. Então, amiga, não necessitarás mais ir ao psicólogo, nem estarás confundida e angustiada pelo futuro dessa relação que não chega, porque Cristo irá preenchendo essa necessidade de amor que tem o seu coração, e ainda, curará para sempre tua auto-estima (o amor ordenado por um mesmo e a consciência de teu enorme valor). Não sei como explicar-te, mas não sabes o que perdes se não te enamoras loucamente com Deus, antes que alguma criatura humana.

Para concluir:

     Se estás em uma relação que te levam e fazem contigo o que desejam, desde o ponto de vista psicológico, necessitas trabalhar em tua auto-estima, entendendo o que é e a forma em que isso lhe ajuda na tua personalidade; a partir do ponto de vista cristão, não és totalmente consciente de quanto és valiosa, por ser uma Filha de Deus.

     Se tens que estar rogando constantemente por um pouco de amor, a partir do ponto de vista psicológico, há uma necessidade de fortalecer tua auto-estima, identificando a raiz do problema; a partir do ponto de vista cristão, é sinal de que não estás rendida completamente ao amor de Deus.

     Se há angústia, impaciência e desespero por encontrar um companheiro, tens muita insegurança e pouca fé em tuas possibilidades como companheira; e como cristã deves analisar que se não te abandonas à vontade de Deus e esperas, não terás paz e alegria.

Mais que auto-estima, Sacramentos:

‘Necessitamos dos sacramentos como a luz, a respiração, como o sangue que circula, como a luz, para apreciar em qualquer instante, o que o Senhor quer de nós’. É Cristo que passa. (Escrivá de Balaguer, p. 181).

A auto-estima hoje em dia é importante para crer e desenvolver o projeto de vida, para conduzi-la e não deixar que outros a façam por si, mas não esqueça-se que isso unicamente é uma fortaleza humana que emerge a partir das próprias forças psicológicas. É preciso utilizá-la bem, mas recorde, que não há nada mais poderoso que o poder desafiante do espírito humano.

Achega-te um pouco mais ao Sacramento da Penitência, da Eucaristia, e verás como que, com a ajuda da Graça, serás uma mulher nova, que se ama e aceita como és, e portanto, se valoriza, não permitindo migalhas de ninguém, mas bem mais esperando o momento sagrado da Aliança com aquele que, desde a Eternidade, foi o eleito como teu companheiro a caminho ao Céu.

Por Sheila Morataya-Fleishman
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