Qual deveria ser o papel da mulher na família? Por favor, digam para o mundo que o nosso papel é o de ‘sexo frágil’, porém, comprometidas com a nossa função. Quando ouvimos as pessoas falarem que nós mulheres somos um sexo frágil, enlouquecemos, não? E quando dizem que viramos um exército capaz de combater todas as coisas? Sentimo-nos “as poderosas”. Mas há quem diga que, quando o assunto é o ser feminino, a nossa representação deveria ser de alguém com chinelo na mão e um avental todo sujo de ovo. Você concorda?
O comportamento feminino está relacionado à ideia de sexo frágil, que tem sofrido grandes mudanças por conta das consequências da Revolução Industrial. Desde essa época, a mulher tem se posicionado de forma ativa, assumindo funções relevantes nos mais diversos setores da sociedade. Por conta da real velocidade da participação feminina na sociedade, o mundo masculino sentiu necessidade de se reorganizar e se adaptar, tanto para conviver com o universo feminino quanto para competir com ele.
As funções que, até então, só pertenciam aos homens, hoje são assumidas também por mulheres, inclusive a mais bela e significativa das funções: provedora da família. Essas mudanças oportunizaram tantas realizações profissionais, que foram além do sexo frágil. Hoje, a mulher, provavelmente, deve se perguntar: “quem sou eu?”, “onde eu estou?”, “o que estou fazendo com a minha vida?”.
A necessidade de reconhecimento não deveria ter chegado ao universo feminino para encolher ou recolher o universo masculino. Estamos tão aceleradas que o comportamento masculino já não nos acompanha; os homens precisam desenvolver habilidades como adaptação, paciência e sabedoria para permanecer conosco e estar em espaços também conquistados por ele. Chegou o tempo de fazermos uma avaliação das nossas conquistas e, se for benéfico, continuar avançando; mas se for necessário recuar, que recuemos. Assumir a possibilidade de ser o sexo frágil não quer dizer que a mulher precise negar toda revolução que aconteceu em sua história e assumir um comportamento indefeso e submisso. Ao contrário, sexo frágil é a certeza de que só ela pode gestar, parir e amamentar, isto é, assumir a sua sensibilidade, a sua vaidade, inteligência e profissão, além de exercer a função de cuidar, zelar, educar, amar e administrar.
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Qualidade intrínseca, adjetivo que independe de uma situação para existir. E é sobre a fragilidade da mulher que estou convidando você a pensar. Provoco-lhe a quebrar uma concepção de que toda mulher é forte ou tem de ser forte. O mundo precisa saber que as mulheres são mulheres. Transformar o frágil em fortaleza requer uma estrutura psicológica para tanto.
Que a mulher olhe para trás e não mergulhe em um mar de culpa, mas sim de responsabilidade e satisfação. As perseguições do passado, as questões socioeconômicas fizeram com que elas saíssem do seu ninho para voar, mas também acabaram terceirizando a realização de seus próprios sonhos: a criação dos seus filhos e os cuidados com o lar. Portanto, não se observa nenhum interesse por parte de nós mulheres em querer ter força, trabalhar e ser tratada como homem. É preciso rever se estamos protagonizando bem o papel de mulher. “A verdade é que, em 1909, um grupo de mulheres socialistas norte-americanas se reuniu pela igualdade dos direitos civis e criou um dia especial para a mulher, que, naquele ano, foi o dia 28 de fevereiro.
A fixação do dia 8 de março ocorreu depois da 3ª Reunião Internacional Comunista. A data escolhida foi o dia da manifestação das mulheres de São Petersburgo, que reclamaram pelo pão e pelo regresso dos soldados. “Ocupar um lugar ao sol, fortalecer-se no tempo certo, defender a possibilidade de assumir a nossa competência sem precisar viver como cão sem dono. A rua obrigatoriamente não precisaria ser o nosso lugar.
Não estou defendendo um discurso de submissão, mas de uma categoria que precisa ser respeitada e entendida por ter uma estrutura feminina e não masculina. Acho que estamos em uma discussão sobre gêneros. Descrever a nossa atuação na família e na sociedade exige cautela, pois nenhuma reflexão aqui feita poderá ser confundida como uma suposta negação ou não consentimento do crescimento e da evolução da mulher.
Adentrar espaços que chamamos de conquistas e desnudar tantos outros, que dependem da mulher, não pode ser considerado vantagem. Função de pai é de pai, função de mãe é de mãe, função de avó é de avó, e assim por diante. Inverter esses papéis é sinal de fracasso e não de conquista.
A nossa presença em casa, na criação dos filhos e na condução da prática dos valores e dos procedimentos domésticos são tão importantes quanto se tornar presidente do país ou ser uma magistrada de alto escalão. Imagino que o leitor e a leitora estejam se perguntando: aonde a escritora quer chegar? Não é importante o crescimento da mulher nos tempos modernos? De fato, nos tempos modernos, tudo vale a pena para não passar necessidade, mas, no mundo que classificamos como pós-moderno, é preciso cuidado no modelo de vida que estamos construindo e adotando.
Se o crescimento profissional não exigisse maturidade, responsabilidade e competência, tudo estaria ótimo! Mas não é bem assim que a banda toca. O crescimento profissional, na vida das mulheres, tem sido confundido, algumas vezes, por seus próprios parceiros. Alguns já preferem ficar em casa tomando conta dos filhos, ocupando-se dos afazeres domésticos do que lutar contra os leões do mundo capitalista.
E quem tem estado lá guerreando? As mulheres! Só que elas se esquecem de que, no momento em que o seu corpo menstrua, elas estão recebendo o primeiro sinal que o seu organismo não é igual ao dos homens. Depois, são elas que vivem o ritual de perder ou não a virgindade. Então pensam: enquanto meu pai levava o meu irmão para uma casa de prostituição, ele me dizia: “olha aqui, menina, se engravidar tem de casar!”. A diferença é uma verdade e precisa ser respeitada. Ao ver que o homem estava só, Deus evoluiu a criação e apesentou a mulher como sua ajudante. Sabemos que não dá mais para voltar, mas seria prudente que houvesse o equilíbrio.
Compreender o significado de ajudante é estar junto com o homem, resgatar o sentido da família, do casamento, da educação dos filhos, da manutenção da casa sem precisar recuar nas conquistas já consolidadas.
Judinara Bras