Um dos elementos que faz o diferencial quando falamos dos quadros relacionados à saúde e bem-estar emocional chama-se esperança. Esperança é o motor que nos diz que, por mais difícil ou custoso que seja um quadro emocional, quando reconhecemos a crise, tornamo-nos capazes de dar passos ousados e criar esperança.
Quando temos uma dificuldade no campo emocional, a abertura a essa realidade cria um caminho para a esperança; ao passo que a esquiva, ou seja, quando fugimos do assunto, aumenta sua dificuldade e desespero.
Os seres humanos são excelentes na resolução de problemas, mas não podemos resolver o que nos recusamos a enxergar. Portanto, por mais difícil que seja para você aceitar uma realidade como a depressão, o transtorno do pânico, o burnout e outras enfermidades emocionais, devemos sempre olhar essa situação, que aparentemente sugere ser uma crise, com honestidade e com a nossa verdade, que é o que temos. A partir disso, devemos considerar o que podemos fazer e ajudar a mudar nossa realidade.
Está bem. Mas, a partir dessa aceitação, o que fazer?
Entenda o que você tem: um diagnóstico médico, uma avaliação clínica e um atendimento psicológico; todos esses passos podem ajudá-lo a compreender o que está acontecendo. É físico, é o corpo sentido? É emocional? Tem ambas situações?
Se foi orientado, que seja medicado: comece o acompanhamento necessário, mas não use medicamentos por conta própria ou porque alguém usou e deu certo. Até um chá que parece inocente pode ser um problema se combinado com remédios e oferecer efeitos colaterais.
Busque pessoas que possam apoiá-lo: seja amigos ou familiares, amigos da igreja, enfim, tenha alguém por perto com quem você possa partilhar e seja um ponto de apoio. Pessoas que ativem sua esperança ajudarão você nessa caminhada.
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Espiritualidade, resiliência e reconhecimento
Sua espiritualidade: doenças emocionais não são castigos, nem falta de oração, nem ao menos falta de fé, mas podem sim abalar sua disposição, inclusive, das suas práticas espirituais. Reconectar-se como Deus, com o que você gosta de fazer é um caminho. Nem sempre você conseguirá estar totalmente ativo em sua paróquia ou comunidade, mas faça aos poucos. Não tenha medo dos julgamentos: muitas vezes, quem julga não consegue ter ideia do que você está vivendo. Por vezes, quer até mesmo ajudar, mas não tem ideia do que você esteja passando.
Um passo de cada vez: alguns dias serão mais fáceis e outros mais difíceis. Muitas vezes, parece que você deu um passo para trás, mas, na verdade, nossa vida tem altos e baixos. Não abandone seus tratamentos, sua psicoterapia, seus medicamentos. Compartilhe o que você está vivendo, converse com os profissionais de saúde que o acompanham. Eles são companheiros nessa caminhada de recomeço.
Reconhecer nossas dificuldades é o primeiro passo: não é fracasso, não é perda. É uma fase que vai passar, que terá sim momentos melhores. Podemos melhorar muitas situações em nossa vida, inclusive em nossa saúde emocional, mas apenas se olharmos para a situação e adotarmos uma nova postura, um novo comportamento. Não tenha medo, busque ajuda!
Um abraço fraterno!