A campanha Dezembro Vermelho simboliza a luta contínua contra a AIDS, uma questão de saúde pública crucial no Brasil e no mundo. Em 2022, cerca de 39 milhões de pessoas viviam com HIV globalmente, com 1,3 milhão de novas infecções e 630 mil mortes relacionadas à AIDS.
No Brasil, a infecção pelo HIV é considerada estabilizada, mas ainda segue em patamares elevados. Desde 1980 até junho de 2022, foram detectados 1.088.536 casos de AIDS no Brasil. Somente em 2021, mais de 11 mil óbitos foram registrados devido à doença.
O país tem avançado no tratamento do HIV, com 91% dos diagnosticados em tratamento e 95% desses alcançando supressão viral. Mais de 52 mil jovens de 15 a 24 anos com HIV evoluíram para AIDS nos últimos dez anos, indicando uma alta taxa de infecções nessa faixa etária.
Tratamento do HIV/AIDS
O abuso de práticas sexuais desprotegidas e com múltiplos parceiros está na base do aumento do número de casos em jovens nos últimos anos, em um contexto de ausência do medo de se infectar gerado pelo sucesso do controle supressivo viral pelos medicamentos atuais. Porém, o HIV/AIDS não tem cura e o seu controle é um desafio para todos. Para controlar a infecção e melhorar a qualidade de vida, o diagnóstico oportuno e o tratamento antirretroviral são fundamentais.
No Brasil, o tratamento é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, medidas preventivas incluem o uso regular de camisinhas externas ou internas em todas as relações sexuais, testagem regular para HIV, com testes disponíveis gratuitamente pelo SUS. Em caso de exposição sexual de risco, informar-se sobre a profilaxia pós-exposição (PEP), que deve ser iniciada em até 72 horas após a exposição.
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Prevenção pela castidade
Além das estratégias médicas e comportamentais, a prevenção pela castidade é uma abordagem eficaz, enfatizando a abstinência sexual como um meio de prevenção do HIV/AIDS. Essa estratégia complementa outras medidas preventivas e contribui significativamente para a redução de novas infecções.
O combate ao HIV/AIDS no Brasil mostra progressos significativos, mas ainda enfrenta desafios, especialmente devido às desigualdades sociais que limitam o acesso aos recursos de prevenção e tratamento. A conscientização, a prevenção combinada e a promoção da castidade são essenciais para continuar a luta contra esta epidemia.
Francisco Cardoso
Médico Infectologista