Vantagens e cuidados

O bom uso da Economia Compartilhada na sociedade

Parafraseando Lavoisier (1743-1794) em sua teoria da conservação de massas – “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” –, podemos dizer que a sociedade sempre passou por transformações. E, atualmente, com tecnologia acessível, as transformações são cada vez mais intensas e rápidas (pandemias, crises econômicas, desafios socioambientais, incentivos ao consumo desenfreado, redes sociais etc.), gerando necessidades e influenciando nossos hábitos de consumo.

Nessa era da informação também vivemos a era da Economia Compartilhada (ou coletiva, ou colaborativa). Um novo modelo econômico-social que se baseia no relacionamento e compartilhamento de recursos disponíveis, sejam eles materiais, humanos ou intelectuais (normalmente via uma ferramenta on-line). Ou seja, quando uma pessoa usufrui de um benefício de um serviço ou de um produto sem necessariamente realizar a compra deles.

O bom uso da Economia Compartilhada na sociedade

Foto Ilustrativa: By Getty Images / Author

O que é a Economia Compartilhada?

A Economia Compartilhada já é algo consolidado no dia a dia das pessoas, e praticamente todas já usufruíram (ao menos uma vez) de alguns de seus benefícios. Seja através de uma “corrida” de Uber, um aluguel de fim de semana na praia via Airbnb, um pedido de jantar no Ifood ao assistir uma série na Netflix, ao usar um patinete elétrico para ir ao trabalho ou então a abertura de conta em um banco digital.

O compartilhamento de bens e serviços torna a vida mais fácil, funcional e menos “agressiva” ao meio ambiente. Com os exemplos acima, percebemos muitas vantagens:

● Não é necessário ter um carro para se locomover ou ter apartamento na praia para o fim de semana (nem ter todas as respectivas despesas de IPVA, IPTU, seguros, manutenções entre outras);

● Não se faz necessário comprar coleções de DVD para assistir a uma série;

● Economia de tempo (e paciência) em filas de bancos para resolver um simples problema;

● Acesso fácil e rápido a produtos e serviços de todos os tipos;

● Menos emissão de CO2 e gases poluentes;

● Menor uso de papel;

● Menor exploração de recursos naturais e reutilização de recursos;

● Economia de dinheiro, o qual pode ser usado para ter experiências, e não somente bens.

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Cuidados da Economia Compartilhada

Como nem tudo são maravilhas, os participantes da Economia Compartilhada precisam ter alguns cuidados também:

● Certificar-se de que o aplicativo a ser utilizado é de empresa idônea;

● Utilizar plataformas que valorizem a qualidade e a integridade (avaliação e reputação dos usuários);

● Estar atento às permissões suspeitas solicitadas por certos aplicativos (qual o motivo de um app de entrega de alimentação solicitar acesso à sua lista de contatos ou a sua câmera?);

● Ter cuidado ao fazer download de programas fora das plataformas do sistema operacional (AppleStore ou PlayStore), pois alguns podem conter vírus e roubar dados particulares.

Em suma, a Economia Compartilhada é uma realidade em que a sociedade está inserida, e entrega diversos benefícios econômicos, sociais e ambientais. E como tudo na vida, se bem utilizada, trará ganhos a todos os envolvidos. Seja em escala global, seja no âmbito local, grande parte dessa economia acontece on-line. Entretanto, pequenas iniciativas na sociedade (um bazar de troca de roupas em um bairro pequeno, por exemplo) geram riqueza e qualidade de vida aos envolvidos. Como bem escreveu Mario Quintana (1906-1994), “cuide bem do seu jardim e as borboletas virão”.


Hugo Moura

Hugo Yamashita de Moura, natural de São Paulo (SP), é missionário na Comunidade Canção Nova desde 2014.

Engenheiro de Produção e Sistemas (Universidade Estadual de Santa Catarina) e MBA em Gestão de Projetos (FGV-SP), Moura, atualmente, é Gerente de Compras da Associação Internacional Privada de Fiéis (AIPF-CN) e professor de Judô na Cia. de Artes (FJPII-CN).