O medo da desgraça, muitas vezes, é pior do que a desgraça em si. O medo de sofrer é pior do que o sofrimento. É natural ter medo, é algo humano, mas devemos o enfrentar para que ele não paralise a nossa vida. Há muitas formas de ter medo: temos medo do futuro incerto, da doença, da morte, do desemprego, do mundo. O mundo nos paralisa e nos “implode” interiormente, perturba a alma, por isso é importante enfrentá-lo. Talvez ele seja uma das piores realidades de nossos dias.
Coragem não é a ausência do medo, mas sim a capacidade de avançar, apesar dele [medo]; de caminhar para frente, enfrentar as adversidades e vencer os medos. É isso que devemos fazer. Não podemos nos derrotar nem nos entregar por causa dos medos.
A maioria das coisas que temos medo que venham a acontecer acabam não acontecendo. E esse medo antecipado nos faz sofrer muito, preocupa-nos em demasia e nos faz perder horas de sono. No entanto, muitas vezes, acaba acontecendo o que menos esperamos. Então, sofremos, antecipadamente, sem nenhuma necessidade.
Medo real ou imaginário?
Precisamos policiar nossa mente, pois ela se solta e pode fabricar fantasmas assustadores, especialmente nas madrugadas. Os medos, em geral, são sombras imaginárias sem base na realidade.
Há pessoas que se sentem ameaçadas por tudo e por todos, dramatizam os fatos e fabricam tragédias. Precisamos acordar, deixar de nos torturarmos com essas fantasias e pesadelos imaginários; o que nos assusta é irreal. Quando amanhece, as trevas somem. Para onde vão? Não foram para lugar nenhum, simplesmente desapareceram, porque não existiam, não eram reais. Quanto menor o medo, menor o perigo. As aflições imaginárias doem tanto quanto as outras [reais].
Jesus sempre censurou os Seus discípulos quando eles ficavam paralisados pelo medo. Ele disse, muitas vezes, aos apóstolos “Não temas!”.
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Pedro não manteve os olhos em Jesus
Quando Cristo chamou Pedro para vir a Seu encontro, andando sobre as águas do mar da Galileia, o discípulo foi, mas permitiu que o medo tomasse conta do seu coração; então, começou a afundar. Após salvá-lo, Jesus lhe perguntou: “Homem pobre de fé, por que duvidaste?” (Mt 14,31b).
Pedro sentiu medo, porque “olhou” para o vento e para a fúria do mar, em vez de manter os olhos fixos em Jesus. Esse também é nosso grande erro. Em vez de manter os olhos fixos em Deus, permitimos que as circunstâncias que nos envolvem nos amedrontem.
Não podemos, em hipótese nenhuma, abrigar o medo e o pânico na alma, nem lhes permitir que “durmam” conosco. Arranque-os pela fé, pela oração e por atos de vontade decididamente!
É claro que toda fé em Deus não nos dispensa de fazer a nossa parte. Não basta rezar e confiar, cruzando em seguida os braços, pois Deus não fará a nossa parte. Ele está pronto a mover todo o céu para fazer aquilo que não podemos fazer, mas não faz nada que podemos fazer.
Vivemos dizendo a Deus que temos confiança n’Ele, mas passamos o tempo todo provando o contrário, por nossas preocupações. Quando agimos com fé e confiança em Deus, Ele nos dá equilíbrio e luzes para agir, guiando-O e abrindo as portas para resolvermos o problema que o angustia. Se temos um problema, é porque ele tem solução, então, vamos a ela. Se o problema não tem solução, então, não é mais problema, é um fato consumado, o qual devemos aceitar.