O impulso sexual humano não pode ser reduzido à pura animalidade
Há muitos anos, temos sido bombardeados por uma lenta e paulatina “urgente necessidade” de que, segundo os líderes mundiais, os jovens tenham uma boa educação sexual. Com muita frequência, aparecem nos meios de comunicação estatísticas cada vez mais frequentes de casos de adolescentes e também meninas grávidas. Cada vez é mais alta a incidência de AIDS e outras enfermidades transmitidas sexualmente na população jovem.
Chegou às minhas mãos um livro grosso sobre o tema, intitulado “Guia para Capacitar a Saúde Sexual”, cujos autores são a Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF). Este documento é muito perigoso. Ele apresenta a sexualidade como algo a que todo ser humano pode ter acesso, sem se importar se a prática é entre crianças, adolescentes, homossexuais; se as relações são extramatrimoniais ou pré-matrimoniais.
Em outros anexos, ensinam às crianças, graficamente, os íntimos detalhes das relações genitais, com o argumento de querer oferecer uma educação a favor do sexo seguro. Deus queira que não seja esta educação sexual que vão oferecer às crianças de nosso país. Seu conteúdo é imoral e agride o ser humano, considerando-o unicamente em seu aspecto sexual, esquecendo-se de um lado que, na realidade, é o mais importante: sua dignidade espiritual.
A importância dos pais no processo de educação sexual dos filhos
Diz o Papa João Paulo II que “os pais devem voltar a ocupar o papel principal na educação sexual de seus filhos até o ponto, adverte, que a formação que recebem fora de casa, em particular, não corresponda aos princípios católicos, devem retirá-los dos centros onde se dividem” (Sexualidade Humana, Verdade e Significado). A severidade de suas palavras não admite lugar a dúvidas. Algo muito grave está acontecendo com a educação sexual, para que o Santo Padre tenha tomado semelhante determinação.
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O citado manual é enfático em exagerar no problema da superpopulação e nas enfermidades infecto-contagiosas. Ele não leva em conta o ser humano integral. Desconsidera o campo da moral e da espiritualidade, como se não fossem indispensáveis. Oferecem respostas equivocadas sobre sexo seguro, pois os tão propagados “preservativos”, vêm crescendo uns 25%. É preciso dizer que se tem 25% de probabilidades de se adquirir AIDS com “preservativo”.
A capacidade de pensar do homem e da mulher
O homem e a mulher não são como as demais espécies animais que povoam a Terra. Têm a capacidade de pensar, falar, de construir e, entre muitas outras coisas, algo muito importante: a capacidade de amar. A sexualidade humana é uma das formas mais expressivas de amor. Ela foi dada por Deus aos homens como regalo, para procriação, com gozo pleno.
Como pode um casal desfrutar plenamente de sua sexualidade quando os aterrorizam com a procriação? Os filhos são a maior bênção para um casal que se ama. Por que essa insistência de fazer-nos crer que os filhos são uma desgraça? Que grande tesouro têm as famílias quando são numerosas! Sabem amar, compartilhar, compreender, solidarizar-se com a dor alheia. Se fosse certo que a superpopulação é sinônimo de pobreza, o Panamá, que está praticamente despovoado, deveria viver folgadamente. Por outro lado, o Japão, país superpopuloso, estar morto de fome. E não é assim. A pobreza existe por causa das injustiças sociais, por falta de amor e compreensão entre os homens. Ali é onde mora o verdadeiro problema: no pecado social.
A obra do demônio, o assassino dos homens, é acabar com a humanidade. A sexualidade humana é um dos seus principais objetivos. Quer aniquilar o homem, ataca seu coração, fazendo com que as pessoas creiam que, unicamente importante entre os esposos é só o prazer físico. Utiliza o álcool, a droga e a pornografia, para levar o homem a planos meramente instintivos. Quer que os homens sejam como que animais, incapazes de resistir a um desejo puramente sexual.
A sexualidade está para além da busca pelo prazer físico
O homem e a mulher se denigrem quando fazem uso de sua sexualidade somente pelo prazer físico. Por isso, a grande maioria dos jovens que se deixam levar por essas práticas tem pouco apreço por si próprios. No fundo de seus corações, sabem que não está bem esse tipo de intimidade sem haver assumido a responsabilidade matrimonial.
O citado Manual de Educação Sexual parece ter sido escrito com a precisa intenção demoníaca: denegrir a sexualidade humana. Induzi-los somente ao prazer sexual, sem responsabilidades.
No momento em que o homem põe Deus de lado, é quando robustecem essas teorias totalmente antinaturais, criadas com o único fim de sugerir o sussurro da serpente, que, desde o drama do Paraíso, intenta buscar nossa destruição.
A questão da AIDS
Por último, quero insistir nas palavras do Santo Padre João Paulo II quando disse, em outro de seus parágrafos, que os pais devem rechaçar a promoção do chamado “sexo seguro”, porque se trata de uma estratégia perigosa e imoral, baseada na ilusória teoria de que o “preservativo” pode ser uma proteção adequada contra a AIDS.
A instrução acerca da prevenção da AIDS não só é contrária à moral, mas também uma mentira que termina por incrementar a promiscuidade e as relações livres com a falsa ideia de segurança. Os pais, contra essa política, devem insistir sobre a continência sexual antes do matrimônio e a fidelidade no matrimônio como a única verdadeira e segura educação para a prevenção do contágio.
Fala também sobre o problema da masturbação, qualificando-a como desordem grave, ilícito em si mesmo, que não pode ser justificado; e sobre o homossexualismo, aconselha que se explique a diferença entre conceito de normalidade e anormalidade, de culpa subjetiva e de desordem objetiva, evitando instigar a hostilidade. (Sexualidade Humana, Verdade e Significado).
É por isso que devemos ter muito claro esse conceito de que, quando se fala de educação sexual, deve levar-se em conta corpo, alma e espírito de forma integral; e, assim, não se correr o perigo de deformar, em vez de formar a nossa juventude.
*IPPF: Organização Não Governamental, que realiza um trabalho mundial financiando os programas de Planejamento Familiar especialmente em países de terceiro mundo.
Artigo produzido pela Formação Canção Nova.