Civilizar o coração

Ao analisar a história, principalmente nos campos científico e tecnológico, podemos contemplar um expressivo progresso e incontáveis avanços alcançados pelo homem.
Sobretudo após o século XVI, quando se acentua cada vez mais o conhecimento humano a respeito da realidade. Descobrimos as leis da física, a Teoria da Relatividade, a luz elétrica, inventamos o avião, encontramos novas terras e a cura para muitas doenças, enfim, evoluímos muito. Porém, é alarmante perceber que o homem, em muitos aspectos, perdeu-se de si mesmo.

Nunca foi tão alto o índice de doenças psíquicas e afetivas como a depressão, entre outras, que revelam um caráter de profunda frustração e incompreensão existencial. Isso mostra que a “relativização” dos valores e de tudo o mais deixou o ser humano perdido e sem um referencial em que pudesse pautar sua vida.


Música, teatro e dança
Participe do Festival de Artes da Canção Nova, de 16 a 19 de novembro/2006


.
É contraditório constatar que o homem no mesmo século em que pisou na Lua, assistiu passivamente a muitos outros morrerem de fome. E o mesmo ser humano, que descobriu a energia nuclear, utilizou-se dela para a destruição em massa. O mesmo homem que colonizou tantas terras precisa agora colonizar e civilizar seu próprio coração.

Que o progresso não nos roube a humanidade que nos é própria!

Precisamos nos encontrar com nós mesmos e tocar nossa essência, pois somos criaturas, filhos de Deus, e a essência e a bondade divinas estão em nós. Temos de redespertar em nós o afeto, a compreensão e a compaixão para rompermos com todo o individualismo que não nos permite enxergar o outro como irmão.

Não devemos ter medo de amar e de nos compadecer do outro. Pois isso não é fraqueza, ao contrário, são essas realidades que fazem com que nos encontremos neste mundo; com nós mesmos e com os outros.

Não tenha medo de demonstrar afeto, de perdoar, pois, todos temos necessidade de amar, de ser amados e compreendidos, e é mais válido e formativo o erro pelo excesso de amor do que pela ausência deste.

É o amor quem nos caracteriza como humanos, como irmãos, é ele que nos fará compreender o mistério que somos nós, e respeitar o mistério que é o outro.

Amemos sempre, sem medo e com ousadia!