Na atualidade, existe uma busca pela boa forma e pelos hábitos saudáveis de alimentação. Porém, a preocupação com a estética do corpo está se tornando intensa. O modelo ideal de forma física a ser atingido é muito influenciado pela moda e pela mídia.
O corpo é o ponto de referência da percepção, a base sobre qual se dá a relação com o mundo. E os adolescentes, com tantas transformações físicas e psicológicas dessa etapa de sua vida, passam a almejar para suas constituições e preferências físicas, modelos estéticos semelhantes aos das top models, esquecendo que cada indivíduo tem um equilíbrio próprio, que necessita ser conhecido e respeitado.
A juventude, em uma busca neurótica e desenfreada, dedica-se a um grande número de horas em exercícios, visando manter a estética física. Não se deve confundir a prática diária de exercício que faz bem e é necessária para a saúde com o seu excesso.
O jovem pode recorrer à mídia, em particular à televisão e redes sociais, na busca de coordenadas de base para construir seus sistemas ideais. Também precisa conviver com ansiedades e angústia da rigidez desses modelos: corpos esbeltos, cada vez mais magros.
Vale tudo em busca do ‘corpo perfeito’?
Para conseguir o ‘corpo perfeito’ das top models dietas são utilizadas e o mercado tem várias delas, que são encontradas na internet, revistas e programas. Muitas dietas não respeitam a própria saúde da pessoa, não são acompanhadas por médicos ou nutricionistas. As academias estão na moda, tornando-se ponto de encontro dos jovens. O bom uso da academia favorece a saúde, embora muitos adolescentes estão praticando exercícios em excesso e de forma intensa.
Os modelos estão cada vez mais magros, mostrando que apenas são um produto a ser comercializado, sem a preocupação com a saúde desses jovens. Seus hábitos de alimentação não são seguidos e respeitados, tudo em nome de um ‘peso ideal’.
O corpo magro é encarado como símbolo de beleza, poder, autocontrole e modernidade. Dessa forma, a propaganda dos regimes convence o público de que o corpo pode ser moldado. A busca pelo ‘corpo perfeito’ tem se manifestado em três áreas: nutrição/dieta, atividade física e cirurgia plástica.
Leia mais:
.:Como manter a saúde em tempos de quarentena?
.:Vamos falar sobre depressão?
.:O sono e sua importância na manutenção da saúde
.:Como identificar se tenho descontrole emocional?
Anorexia e Bulimia
Algumas doenças podem ser desencadeadas pela influência cultural de nossa sociedade, que visa uma estética corporal ‘perfeita’: a Anorexia e a Bulimia.
Na anorexia, as características essenciais são a recusa do paciente a manter um peso corporal na faixa normal mínima associado à um temor intenso de ganhar peso. Na realidade, trata-se de uma perturbação significativa na percepção do esquema corporal, ou seja, da autopercepção da forma e/ou do tamanho do corpo e, assim sendo, a recusa alimentar é apenas uma consequência dessa distorção doentia do esquema corporal.
As características essenciais da Bulimia Nervosa consistem de compulsões periódicas em comer (polifagia) e métodos compensatórios inadequados posteriores (uso de laxantes ou diuréticos e indução de vômitos) para evitar ganho de peso.
Nos casos de Bulimia e de Anorexia é imprescindível o acompanhamento com o médico e com psicólogo, pois há risco de morte. A participação da família no diagnóstico e na própria aceitação da doença é muito importante.
Os riscos para a saúde existem quando o indivíduo não se alimenta adequadamente e quando sofre o excesso de exercícios. A mídia, com a influência do símbolo de beleza, também existe… Até que ponto ter um ‘corpo bonito’ como a atriz da novela faz alguém feliz? Será que a felicidade está em coisas externas ou no interior de uma pessoa? Que preço tem a saúde pessoal e a dos filhos? São questionamentos assim que poderão mudar os padrões estabelecidos e os valores a respeito da estética corporal.
A família precisa influenciar e conquistar as opiniões dos jovens, pois o belo não está no exterior, e sim na beleza interna de cada pessoa.
Silvia Helena de Souza – Psicóloga