Influenciar-se ou não por um personagem?
Os filmes sempre fascinaram o homem nos diversos tempos. Parece que isso está muito ligado à capacidade que, eles têm de mobilizar em nós sentimentos de identificação, desejos, e até de recusas daquilo que não queremos. Não há como assistir a um filme e não se identificar, ver-se, perceber-se em um personagem, em um enredo. Não há uma neutralidade quando assistimos a determinadas cenas. Elas sempre mobilizarão conteúdos inconscientes em nós.
Pare e pense no filme que marcou a sua vida. Agora, responda-me por que ele o marcou tanto? Será que um dos personagens não diz muito do que você é? Ou do que gostaria de ser? Será que o enredo não parece um pouco com sua história ou até mesmo com seu desejo de ter uma história como essa?
O fato é que os filmes movimentam nosso interior. Nós nos vemos nos heróis, nos protagonistas, desejamos, muitas vezes, viver aquela aventura. É fato também que, até o que não é tão nobre, desperta o que não está bem resolvido em nós. Quantas vezes um personagem desperta em nós sentimentos de aversão? E quando pensamos um pouco mais, vemos nele a réplica exata de alguém concreto que está em nossa vida ou passou por ela.
Escolhas
Aí entram boas questões referentes aos filmes: diante daquilo a que assisto, tenho atitude passiva ou ativa? Quando penso em escolher uma obra cinematográfica, quais têm sido os critérios que me movimentam? Suas escolhas fazem você. Pode acreditar nisso!
Um filme de romance o leva a lugares no amor que, de fato, definem seu referencial de amar e ser amado. Quantas vezes você quer aquela história para você? Isso pode revelar certezas e frustrações. Eu lhe pergunto: nesta hora, você escuta o que rola em seu interior ou simplesmente deixa passar?
Leia mais:
.: Meus sentimentos determinam minha vida?
.: Será que estou fazendo a vontade de Deus?
.: A felicidade mora no lar
.: Saiba como lidar com o medo
O que me faz querer assistir ao gênero de terror, no qual mortes de inocentes acontecerão; e a ação do mal parecerá igualada à força do bem? Por que me dá prazer ver sangue escorrendo pela tela? Por que desejo me assustar frente àquelas cenas?
E um filme mais picante? Quando o selecionamos, há uma motivação por trás de nossas escolhas. E quantos jovens não se perdem aí! A ânsia de assistir a um “besteirol americano” ou a um antigo filme brasileiro, em que cenas explícitas de sexo aparecerão e podem revelar o desejo pelo obsceno.
Como, então, pessoas conseguem gostar de filmes medonhos e cruéis?
Que mecanismos estão por trás de um espectador apreciador do gênero ‘terror’? De onde vem este terror? O que movimenta alguém a se deter em vídeos “pornôs”? Para onde ele deseja levar sua sexualidade?
Aqui, retomo o título do texto: “Filmes: quais convém assistir?”. Convém a você assistir àquilo que diz dos seus valores, de sua identidade, de sua crença, de sua esperança! Isso sim é bom assistir.
Sei que há muitas boas obras e, no meio delas, encontramos cenas, situações contrárias ao que acreditamos. É nesta hora que você precisa ser ativo e fazer a leitura do filme à luz da fé. Como diz São Paulo: “Examinar tudo e ficar com o que é bom!”. Às vezes, terá de ter a atitude de simplesmente deixar de assistir!
Acredito, no entanto, que alguns estilos de filmes nem de perto dá para tirar algo de bom. Ou você espera encontrar em um vídeo de “besteirol”, super-sexual, a referência de um amor livre, total, fiel e fecundo? Ou pensa encontrar naqueles filmes de terror, no qual o prazer do mal é mostrar seu poder destruidor, encontrar a ideia de salvação do bem, a esperança de uma vida?
Neste texto, fui bem na linha do que nos motiva, pois para mim aí mora a questão que a luz de Cristo precisa iluminar. Nem fui para a influência espiritual de tais filmes em nossa vida; se fosse, teria muita coisa a falar também.
Deixo-lhe estas perguntas: diante do que assisto, qual motivação me leva a essa ação? Ela me coloca mais perto daquilo que Deus espera e sonhou para mim?
Bons filmes para você!