Dois jovens, um rapaz e uma moça, ambos virgens, resolvem entrar em um leilão. Pasmem! Eles não leiloariam um carro antigo nem uma casa na praia, muito menos um quadro de arte! O bem seria outro. O bem é a virgindade. Isso mesmo: dariam um “preço” a ela! Fico pensando até que ponto nós temos um preço. Qual o valor que podemos atribuir a nós mesmos? Ou pior: qual o valor que podemos deixar que outro dê a nós? Quando penso nas inúmeras respostas que poderíamos encontrar, não tem como não me lembrar da Palavra de Deus que me dá o valor exato pelo qual fui comprado. Fui comprado pelo Sangue de Jesus Cristo! Meu valor é a paga de um Deus amoroso, que me ama se doando a mim, não querendo saber o que darei a Ele.
Sem querer cair no julgamento, mas se não tivermos noção de que somos um dom, um presente de Deus, nos permitiremos aceitar qualquer valor, daremos o bem que somos para qualquer um e a qualquer preço.
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
A virgindade é algo precioso a se guardar, esperar para se doar e, assim, viver o “para sempre” felizes
Triste perceber que a beleza da virgindade está cada vez mais se perdendo, perdendo valor e crédito. “Dá-se” esse bem em uma noite mais acalentada, numa aventura de fim de semana, num momento de “solidão”. Dessa forma, o bem se torna, após sua perda, um mal, uma ferida e um sentimento de ter sido “usado” e nada mais!
A virgindade é algo tão lindo por revelar encontro; vai além de penetração e perda de uma membrana (isso também). É entrar no outro mais do que fisicamente, é entrar em seus sonhos, projetos, anseios e, a partir daí, assumi-lo, fazer parte dele e criar comunhão. É um ato que diz: “É um só corpo e uma só alma”, contudo sem o sacramento do matrimônio, não há presença da graça. Não há vida, somente hormônios e impulsos “rolando”. Não há totalidade de entrega de alguém que se assume na doação.
Virgindade feminina
Acho tão profunda a análise da virgindade feminina, pois o hímen é uma membrana que protege, vela e que guarda esse dom. É como se ele simbolizasse “o lugar que entrarás é santo!”. Parece meio estranha minha analogia, mas o lugar, de fato, é santo, pois ali, após esse véu, encontra-se o lugar do encontro e a possibilidade da vida ser gerada. Literalmente o lugar onde Deus põe a mão formando vida.
Por isso, a virgindade é algo precioso a se guardar, esperar para doar e, assim, viver o “para sempre” felizes. Digo que, como homem, também preciso guardar para aquela a quem quero dar-me por inteiro e dizer para ela após nosso casamento: “Sou só teu”, quero entrar em você e deixar Deus entrar em nós. Meu maior presente será poder dizer: “Nunca fui de ninguém, pois, no mistério de eternidade, sou para você”.
O que fazer se não sou mais virgem?
Mas se você está lendo a esse texto e sente-se culpado por já ter entregue esse dom e presente para alguém, calma! É momento de visita de Deus. Ele pode fazer novas todas as coisas! E mesmo que tenha perdido a virgindade física, há uma que pode e deve ser vivida: a virgindade do coração, alguns chamam de “virgindade secundária”, ou seja, a firme decisão de não ter relações sexuais até o dia do matrimônio.
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Com a graça de Deus, você pode recomeçar e deixar que o amor de Cristo pague seu valor, e não precisa ficar pedindo amor em cada entrega do corpo a alguém. De fato, muitos que “dão” sexo, na verdade, querem amor! Para nós, cristãos, o sexo fecha e sela um amor que já foi provado na totalidade, na fidelidade, na liberdade e na fecundidade de pessoas que se pertencem em vista de um “para sempre felizes”.
A graça de Deus
Podemos viver uma nova virgindade por intermédio da graça de Deus e, quem sabe, você pode seguir o conselho de São João Crisóstomo sobre o que um marido deveria dizer à sua noiva antes das núpcias: “Minha amada esposa, tomei-te nos meus braços, amo-te e prefiro-te à minha própria vida. Porque a vida presente não é nada, e o meu sonho mais ardente é passá-la contigo, de tal maneira que tenhamos a certeza de não ser separados naquela vida que nos está reservada na eternidade. Eu ponho o teu amor acima de tudo e nada me seria mais penoso do que não ter os mesmos pensamentos que tu”.
Não importa o que aconteceu em seu passado, o que importa é que sobre você existe a promessa de um “para sempre feliz”, e para viver essa graça é preciso ter no agora um ato de esperança.
