Na série ‘A vida do mundo que há de vir’, Padre Leonardo Ribeiro da Comunidade Canção Nova aprofunda a reflexão sobre os ‘Novíssimos’ da fé católica: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso. Neste episódio, o sacerdote aborda a doutrina do inferno, convidando a uma meditação sobre as realidades eternas que nos aguardam após a morte.
O inferno segundo o Catecismo e a Escritura
Comecemos pelo próprio Catecismo da Igreja Católica (CIC), principalmente nos parágrafos 1033 a 1037, que descreve o inferno não tanto como um lugar físico, mas como um estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados.
Alguns postos-chave do ensinamento do Catecismo sobre o inferno:
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Livre escolha: a condenação ao inferno é uma consequência da livre escolha do ser humano. Deus não predestina ninguém para o inferno. É a pessoa que, morrendo em pecado mortal, sem arrependimento e sem acolher o amor misericordioso de Deus, escolhe se afastar d’Ele para sempre.
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Pecado mortal: o estado de pecado mortal, ou seja, um pecado grave cometido com plena consciência e deliberado consentimento é o que leva à separação de Deus.
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Separação de Deus: a essência do inferno é a privação eterna de Deus, a perda da comunhão com Ele, que é a fonte de toda a vida e felicidade. Esta é a pena principal.
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Fogo eterno (Geena): o Catecismo menciona as advertências de Jesus sobre a “Geena”, o “fogo que não se apaga” e a “fornalha ardente” (cf. Mt 13,41-42; 25,41). Embora a natureza desse “fogo” seja um mistério, ele significa um tormento real e eterno. Não se deve interpretá-lo necessariamente de forma literal como fogo material, mas como um sofrimento intenso e sem fim.
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Apelo à responsabilidade: a doutrina do inferno é um chamado à responsabilidade sobre como usamos nossa liberdade e um apelo urgente à conversão. A Igreja enfatiza a necessidade de “entrar pela porta estreita” e de vigiar constantemente.
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Realidade, não necessidade: a Igreja afirma que o inferno existe e que é possível ir para lá, mas não afirma que alguma pessoa específica esteja no inferno. Ela acredita que Deus deseja a salvação de todos e dá os meios para alcançá-la.
Quais são as expressões que o Novo Testamento usa para descrever a realidade do inferno?
a) Expressões de locais: sugerem o lugar mais afastado de Deus
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Hades ou abismo – este vocábulo provém do mundo helênico, originalmente referente a um lugar subterrâneo onde, segundo a crença grega, moram todos os mortos. No Novo Testamento, usa-se em sentido mais restringido: o lugar onde se encontram os demônios e os homens ímpios. Assim fala Jesus: “E tu, Cafarnaum, serás elevada até o céu? Não! Serás atirada até o inferno!…” (Mt 11,23). O termo se usa abundantemente no Apocalipse, onde designa um poço com fogo, habitação do demônio (9,1-2.11). Desse lugar, sairá a besta, mas, no fim, será jogada ali com seus seguidores (Ap 11,7-8;20, 1-3.20; 2Pd 2,4).
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Geena – este vocábulo (tradução grego de Ge-Hinnom, vale de Hinnom) aparece, frequentemente, na pregação de Jesus, tal como a consignam os Evangelhos: “Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.” (Mc 9,43). Nesse local, os reis Acaz e Manasses praticaram o culto do Baal Moloque, que consistia em imolar e queimar crianças em sua honra (cf. 2 Rs 16,3). Portanto, o Ge-hinnom passou a ser lugar de maldição (cf. “E quando se virarem, poderão ver os cadáveres daqueles que se revoltaram contra mim, porque o verme deles não morrerá e seu fogo não se extinguirá, e para todos serão um espetáculo horripilante” (Is 66,24).
b) Expressões de exclusão: que indica a separação de DEUS e de seu Reino. Estado de separação definitivo.
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(Mt 25,41) “Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: – Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.”
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(Mt 7, 22-23) “Muitos me dirão naquele dia: – Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: – Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”
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São Paulo afirma que os ímpios e os pecadores obstinados serão excluídos do Reino de Deus (cf. 1 Cor 6,9-10; Gal 5, 19-20)
c) Morte eterna: estar separado de Deus significa morte eterna
A morte é consequência do pecado, a “segunda morte” (Ap. 20, 14) é a consequência da separação definitiva de Deus. Não crer em Cristo e não praticar a caridade leva à morte eterna (cf. 1 Jo 3,14. )“Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte”.
d) Outras expressões bíblicas:
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Fogo inextinguível e verme que não Morre: (Mc 9,44): “Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga.”
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Trevas, choro e ranger de dentes: (Mt. 8,12) “enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes”. (Mt. 13,42) “e os lançarão na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes.”
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Opróbrio: (Mt. 25,46) “E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna.”
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Falta de repouso: (Ap. 14,11) “A fumaça do seu tormento subirá pelos séculos dos séculos. Não terão descanso algum, dia e noite, esses que adoram a Fera e a sua imagem, e todo aquele que acaso tenha recebido o sinal do seu nome.”
Em que consiste o inferno?
O inferno, mais do que um lugar, é a situação em que vai se encontrar quem, de maneira livre e definitiva, se afastar de Deus, fonte de vida e alegria. É a última consequência do próprio pecado, que se vira contra quem o cometeu. O Catecismo da Igreja Católica diz: “Morrer em pecado mortal, sem arrependimento e sem dar acolhimento ao amor misericordioso de Deus, é a mesma coisa que morrer separado d’Ele para sempre, por livre escolha. E é este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa pela palavra ‘Inferno’” (n. 1033).
Então, o inferno consiste na completa frustração e no vazio de uma vida sem Deus, de uma existência do não-relacionamento com Deus e com os bem-aventurados. Com efeito, o inferno é o fechamento radical e total em si mesmo diante de Deus e dos homens, o não querer receber nada para depender só de si, querendo ser só o próprio eu. É o radical autoisolamento, a plena e consequente autodivinização que se converteu em ódio contra Deus e contra os demais.
Portanto, o inferno é, primeiramente, algo de imanente ou interior ao homem; é a criação do homem, não de Deus. Se a pena máxima do inferno é a de não amar e de rejeitar o amor, bem se vê que o ser humano, já desde esta vida, pode ser, em seu íntimo, portador do inferno. Quem viveu no ódio é pela morte para sempre cristalizado no ódio.
Diz São João Paulo II: “A «perdição» não deve, por isso, ser atribuída à iniciativa de Deus, pois, no Seu amor misericordioso, Ele não pode querer senão a salvação dos seres por Ele criados. Na realidade, é a criatura que se fecha ao Seu amor. A «perdição» consiste precisamente no definitivo afastamento de Deus, livremente escolhido pelo homem e confirmado com a morte que sela para sempre aquela opção. A sentença de Deus ratifica este estado.”
Quais são as penas dos condenados?
As penas do inferno são duas:
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a pena da condenação (poena damni): a autoexclusão definitiva da comunhão com Deus
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a pena dos sentidos (poena sensus): a desordem total na natureza sensível e espiritual do condenado devido à sua separação de Deus e dos bem-aventurados.
A pena da condenação consiste na separação definitiva de Deus, fonte de vida e de amor; é a pena principal. O afastamento total e definitivo do amor de Deus é a pior desgraça que pode acontecer a uma criatura. As consequências que a criatura experimenta quando se afasta de Deus são terríveis. É a tristeza, o desespero, a frustração total, a raiva e o ódio que o homem sente quando se fecha em si mesmo recusando a comunhão com o Deus-Amor.
A pena dos sentidos é um castigo secundário derivada da pena do dano. Em que consiste? O homem separado de Deus experimenta um vazio existencial. Uma vez que ele foi criado para a comunhão com Deus e com os seus semelhantes, quando separado de Deus falta-lhe um autêntico centro unificador da sua natureza e, por conseguinte, experimenta uma total desordem no seu ser e nas suas faculdades (no seu intelecto, na sua vontade, nos seus desejos etc.), bem como no seu relacionamento com os demais seres. A pena dos sentidos consiste neste caos que reina em todo o ser do condenado, no seu relacionamento perturbado com os demais seres. Uma vez que o condenado, por causa do seu ódio, é incapaz de se relacionar com os seus semelhantes e de integrar as coisas em sua própria existência, ele se sente sozinho e, ao mesmo tempo, oprimido por toda a parte.
Como explicar o fogo do inferno?
Falando do inferno, a Escritura usa frequentemente a palavra “fogo”. Os padres da Igreja, bem como os teólogos, especularam acerca da sua natureza. Uns afirmaram que se tratasse de um fogo material, outros pensaram que ele fosse meramente uma imagem para expressar as penas do inferno. A Igreja nunca se pronunciou a respeito disso. Os teólogos que interpretam o fogo no sentido material discutem como um elemento material pode afetar ao espírito humano. Santo Tomás propõe uma interpretação do fogo no sentido de uma “amarra” para alma, uma sujeição do espírito a um elemento material e, por conseguinte, uma espécie de inversão que reflete a rebelião da criatura ante Deus que, ao invés de se voltar para Deus, se voltou para as criaturas.
Alguns teólogos atuais dão a seguinte interpretação do “fogo” do inferno: Segundo eles, o “fogo” do inferno pode ser interpretado de dois modos complementares: Enquanto “fogo” não criado, é o próprio Deus: “o Senhor vosso Deus é um fogo devorador” (Dt 4,24). “Em Sião, os pecadores serão aterrados, o medo apoderar-se-á dos ímpios. Quem de nós poderá permanecer perto deste fogo devorador? Quem de nós poderá permanecer perto das chamas eternas?” (Is 33,14). O Deus de Amor é fogo devorador, fonte de alegria e gozo para os que O amam e, ao mesmo tempo, fonte de sofrimento e incômodo para os que O odeiam. Mesmo querendo fugir de Deus, os condenados sentir-se-ão eternamente incomodados pela sua existência e pelo seu amor. Pois Deus não para de amá-los ainda que eles O odeiem. E, portanto, eles têm que permanecer perto deste fogo devorador, que é o Amor infinito de Deus. (cf. Is 33,14)
Além disso, o “fogo” pode ser entendido como um “fogo” criado que não seria outra coisa senão o estado final do universo criado, quando Deus será tudo em todos. A criação transfigurada, que então se tornou plenamente “sacramento de Deus” (isto é, sinal e instrumento da sua presença), será como um fogo torturante, uma fonte perene de sofrimento para aqueles que querem esquecer o Criador e seu amor.
Como a Doutrina da Igreja sobre a eternidade do inferno pode ser reconciliada com a infinita misericórdia de Deus?
Deus é Amor. Por ser Amor, Ele criou o homem à Sua imagem e semelhança criando-o livre e imortal. Toda a grandeza de Deus e do homem está neste dom da liberdade que é pressuposto para que a criatura possa amar o seu Criador. Quando o homem se revoltou contra Deus, Ele não o abandonou à sua miséria, mas enviou seu Filho amado como Salvador. Com efeito, Deus tem feito tudo para salvar a humanidade por meio do seu Amor redentor. Se o homem abusa da sua liberdade resistindo até o fim ao seu amor misericordioso, Deus, justamente por ser Amor, respeita a decisão da pessoa quando esta, na morte, quer separar-se definitivamente d’Ele. Por conseguinte, o inferno não é obra de Deus, mas obra do homem que se recusa a viver em comunhão com Ele.
No Reino escatológico, existe uma ordem perfeita, pois ninguém estará onde ele não quer estar, isto é, a realidade do inferno não pode ser entendida senão tomando em conta o dom da liberdade do homem (e do anjo). Como disse o beato João Henrique Newman:
“Se por hipótese um condenado fosse colocado forçadamente no céu, não seria feliz ali… Pelo contrário, se quiséssemos imaginar um castigo para uma alma condenada, não poderíamos imaginar castigo maior do que ela ser chamada para o céu”. (The Fitness of the Glories of the Resurrection (A Adequação das Glórias da Ressurreição – Parochial and Plain Sermons – Sermões Paroquiais e Simples), Volume VI, Sermão V).
Por isso podemos dizer que, no fundo, o inferno é misericórdia de Deus para com aqueles que não querem viver em comunhão com Deus. E, por conseguinte, não há nenhuma contradição entre o amor infinito de Deus e a condição de uma pessoa que por própria vontade está no inferno.
Quantos se perdem? Haverá muitas almas no inferno?
Somente Deus pode responder com precisão a essa questão. Nos últimos tempos, alguns teólogos julgam que o inferno seria mera hipótese, pois, na verdade, todos os homens se salvariam. O Concílio Vaticano II abordou essa questão e a respectiva comissão teológica esclareceu que, segundo o Evangelho, haverá, de fato, réprobos; sim, Jesus, em Mt 25,46, diz que “os ímpios irão para o tormento eterno”, estando o verbo no futuro e não no condicional. Disse São João Paulo II no que diz respeito ao inferno:
“As palavras de Cristo são unívocas. Em Mateus, ele fala claramente daqueles que irão para o suplício eterno (cf. Mt 25,46). Quem serão estes? A Igreja nunca se pronunciou a este respeito. Este é um mistério, verdadeiramente, imperscrutável, entre a santidade de Deus e a consciência do homem” (João Paulo II, Atravessar o limiar da esperança, p.171).
As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Constituem também um apelo insistente à conversão: “Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram” (Mt 7,13-14):
Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas orações cotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer “que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se” (2Pd 3,9): Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz, livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos (Cânone Romano).
Na encíclica Spe Salvi, o Papa Bento XVI faz alusão a recentes episódios da história do mundo em que ficou evidente como o uso abusivo da liberdade pode levar, já neste mundo, a uma opção irremediável pelo mal:
Pode haver pessoas que destruíram totalmente em si próprias o desejo da verdade e a disponibilidade para o amor; pessoas nas quais tudo se tornou mentira; pessoas que viveram para o ódio e espezinharam o amor em si mesmas. Trata-se de uma perspectiva terrível, mas algumas figuras da nossa mesma história deixam entrever, de forma assustadora, perfis deste gênero. Em tais indivíduos, não haveria nada de remediável e a destruição do bem seria irrevogável: é já isto que se indica com a palavra inferno” (III, 45)
O inferno transcende a mera hipótese teológica; ele se revela como uma constatação histórica. Sua possibilidade torna-se alarmantemente concreta quando o ser humano se permite uma análise sincera do próprio coração. Inevitavelmente, a criatura pode, de fato, afastar-se de seu Criador. Curiosamente, são justamente aqueles que negam a existência do inferno que, frequentemente, perpetram as maiores atrocidades. Ao se considerarem “além do bem e do mal” e livres de qualquer punição, veem-se autorizados a cometer atos impensáveis.
No entanto, a compaixão divina é um contraponto essencial a essa realidade. Como expressa São Bernardo de Claraval: “impassibilis est Deus, sed non incompassibilis – Deus é impassível, mas não incompassível” (Sermones in Cantica Canticorum, 26, 5 (PL 183, 906)). Isso significa que, embora Deus não possa padecer, Ele se compadece dos fracos e oprimidos neste mundo. Sua graça, como adverte o Papa Bento XVI, “não exclui a justiça” nem “muda a injustiça em direito”.
“Não é uma esponja que apaga tudo, de modo que tudo quanto se fez na terra termine por ter o mesmo valor. Contra um céu e uma graça deste tipo protestou com razão, por exemplo, Dostoiévski no seu romance ‘Os irmãos Karamázov’. No fim, no banquete eterno, não se sentarão à mesa indistintamente os malvados junto com as vítimas, como se nada tivesse acontecido” (Spe Salvi, III, 44).
Numa era frequentemente inclinada a descartar doutrinas tradicionais, poder-se-ia perguntar: Ainda é relevante, ou mesmo aconselhável, falar sobre o inferno ao homem contemporâneo? Não seria melhor simplesmente deixar essa doutrina de lado? Contudo, a pedagogia divina, manifestada profundamente nas vidas dos santos e místicos da Igreja, sugere fortemente o contrário.
Consideremos Santa Teresa de Ávila, que relata em sua autobiografia como uma vívida visão do inferno se tornou “uma das maiores graças” que o Senhor lhe concedeu (Livro da Vida, 32, 4). Essa profunda experiência acendeu nela um amor tão intenso por Nosso Senhor que, como ela expressa em seu Caminho de Perfeição (cf. Caminho de Perfeição, 1, 2; Livro da Vida, 32, 6), estaria disposta a sacrificar mil vidas pela salvação de sequer uma alma que se precipitava no abismo eterno.
O testemunho de santos como Teresa de Ávila sublinha que, longe de ser um conceito antiquado, a reflexão sobre o inferno pode servir como um poderoso catalisador para uma profunda transformação espiritual e um compromisso intensificado com a salvação das almas.