“A oração é um trato de amizade com Cristo”. Um dos princípios terezianos é o de que a amizade gera semelhança, ou seja, quanto mais amigos, mais parecidos somos. Sendo assim, quanto maior o nosso grau de intimidade com Cristo, mais parecidos com Ele estaremos, mais santos seremos e mais puros ficaremos.
Nesse sentido, o caminho de santidade para Santa Teresa então, não é o de realizar coisas espetaculosas ou acontecimentos místicos, mas sim um caminho de íntima amizade com Cristo. Desse modo, a oração para Santa Teresa é um caminho para a autêntica conversão do nosso coração e para vivermos as bem-aventuranças.
Sem oração, o amor se transfigura em apenas sentimentalismo; o serviço aos outros, uma forma de exibicionismo; a penitência, um masoquismo e o desejo de mudar o mundo e fazer o bem, apenas numa ideologia. Por isso, a oração cristã, antes de ser palavra que implora, é silêncio que escuta e acolhe a Palavra de Deus. Assim como a fé, a oração nasce da escuta, mesmo que ela seja uma ação de graças, uma contemplação, uma profissão de fé, uma declaração de entrega ou um pedido, uma súplica.
A oração é uma necessidade
Em suma, a oração me faz manifestar a Deus os meus desejos e necessidades, colocá-los à luz e ver se eles são legítimos ou não. Logo, é preciso refletir: o que peço em minha oração é o que preciso?
“Senhor, ensina-nos a orar” neste versículo da narrativa de Lucas 11,1 é possível notar algo surpreendente: os discípulos queriam aprender a orar, e Jesus é o Mestre que eles viam orando. Os discípulos pedem a Jesus, porque veem nele exemplo de quem reza, o rosto do Pai, Aquele que é intimo do Pai, do qual se parecem. Aqui, notamos que, muitas vezes, o povo quer ser santo, mas não reza, e se não reza, não tem ‘aparência’ com Deus.
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Jesus é o nosso grande Mestre de oração
Jesus é o nosso grande Mestre de oração, mas nos deu alguns presentes de homens e mulheres para nos espelharmos. Santa Mônica, foi um deles, é para nós este modelo de mulher de oração perseverante. Santo Ambrósio disse certa vez sobre ela: “Santa Mônica era mãe de um filho de muitas lágrimas. E por causa dessas lágrimas, o filho não iria se perder”.
Diante disso, podemos até questionar por que Deus não converteu Santo Agostinho logo, mas precisou deixar Santa Mônica sofrer tanto? A resposta é simples e objetiva, clara e verdadeira, a entrega pela oração de Santa Mônica converteu e salvou o seu filho, tornando-o santo, mas também fez dela uma santa.
Ela encontrou salvação, orando pela salvação de seu filho. Logo, a oração, antes de ser um bem para os outros, é para nós. Por meio dela somos capazes de escutar a Deus e saber o que Ele quer de nós, mas é preciso orar e ter intimidade com a Palavra de Deus. Portanto, ter uma vida de oração, disciplinada no amor de Deus, é criar laços infinitos de amizade com Cristo.
Deus sabe do que realmente precisamos
A oração, sobretudo, aproxima-nos de Deus, afasta-nos do mal e capacita-nos a escutar o que Ele quer para que possamos cumprir a Sua vontade, educando as nossas. Isso porque somente Deus sabe do que realmente precisamos, nós é que não sabemos o que pedimos. Então, sejamos humildes na oração, servos na missão e perseverantes na fé e na amizade com Cristo!
Padre Paulo Nunes Santos
Santa Tereza D’Ávila no Livro da vida- Fonte