Existe uma relação entre nós e os Santos Anjos. Podemos afirmar que essa relação é uma manifestação do amor de Deus por nós, pois os anjos sempre vêm em socorro às nossas necessidades. No Catecismo da Igreja Católico §350, vemos que os Santos Anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem em seu plano salvífico. Os anjos prestam sua cooperação em tudo a fim de alcançar o nosso bem.
Ao constatarmos que os Santos Anjos lutam pela nossa salvação, é possível compreender o que nos disse nosso primeiro Papa, São Pedro: “Embora os anjos, superiores em força e poder, não pronunciem contra ela, aos olhos do Senhor, um julgamento injurioso (…)” (2Pd 2,11). Ou seja, os anjos não existem para nos condenar; ao contrário, lutam por nossa salvação. O parágrafo seguinte do Catecismo da Igreja Católica continua nos explicando exatamente isso: “Os anjos assistem a Cristo, seu Senhor. Servem-no de modo particular no cumprimento da sua missão salvífica em relação aos homens”. Há, portanto, para os anjos, a missão de salvar o homem.
Os anjos são nossos irmãos celestes
Podemos também meditar sobre o fato de que os anjos, enquanto criaturas, são como nossos irmãos. Como São Francisco de Assis, que olhava para todas as criaturas e as enxergava como irmãs – por terem Deus como autor e pai –, nós também podemos compreender os Santos Anjos como nossos irmãos celestes. Estes, que nos precederam no Paraíso, querem que possamos um dia nos unir a eles diante de Deus. Enquanto seres mortais na terra, necessitamos do santo auxílio dos anjos.
No tratado sobre a conservação e o governo das coisas, q. 114, art. 3, Santo Tomás nos diz: “O homem pode, por si
mesmo, cair em pecado, mas não pode obter mérito senão pelo auxílio divino, dado ao homem pelo ministério dos anjos.9 Aqui, entendemos “ministério” como “serviço”, um serviço que faz parte do mistério do amor de Deus. Quando meditamos acerca deste artigo, que afirma que o homem pode cair por si mesmo em pecado, mas não pode obter mérito senão pelo auxílio divino dado a ele pelo ministério dos anjos, nos lembramos daquela passagem em que Paulo (que tanto discerniu a respeito dos coros dos espíritos bem-aventurados) nos diz: “Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero” (Rm 7,19).
São Luís Maria Grignion de Montfort disse: “Sem o sim de Maria, a salvação não teria entrado no mundo!”;10 logo, concluímos que sem os Santos Anjos o homem jamais encontraria a plenitude da vontade de Deus.
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Referências bibliográfica:
9 Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, I parte, q 114, art. 3, p. 739.
10 Cf. São Luís Maria Grignion de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria, 49, p. 45.
Trecho extraído do livro “A espiritualidade dos Santos Arcanjos”, de Matheus Fernandes