Superstição vem do latim “supertitio”, que significa “o excesso” ou também “o que resta e sobrevive de épocas passadas”. Designa “o que é alheio à atualidade, o que é velho”. A expressão mais comum da superstição entre nós consiste em querer justificar certos fenômenos – explicáveis pelas leis da natureza – por meio de causas misteriosas; introduz-se, assim, o “pseudo-sobrenatural” ou o “pseudodivino” em objetos e acontecimentos naturais. E note bem: as superstições não provam as suas teses, mas supõe, por parte dos adeptos, piedosa credulidade. O homem supersticioso não se indaga sobre a existência ou não de uma relação de causa e efeito entre tal agente e tal fenômeno; ao contrário, ele a aceita como fato indiscutível.
O homem, um ser dotado de inteligência, não foi feito para aceitar às cegas tudo o que lhe é dito; nem mesmo a prática religiosa pode deixar de ter uma base racional. A autêntica religião implica sempre no desenvolvimento da personalidade humana; para isso, deve ser levada em conta, necessariamente, a capacidade de percepção do homem piedoso.
Veja como nascem as superstições:
“O trevo de quatro folhas é portador de felicidade”. Por quê? Pelo fato de, raramente, ser encontrado, assim como a felicidade… A analogia que é feita não implica, no entanto, em um nexo mais profundo.
“É sinal de bom agouro a ferradura do cavalo”. Isso porque outrora, em Roma, as ferraduras dos animais eram de ouro e prata; por conseguinte, encontrá-las equivalia, realmente, a encontrar um pequeno tesouro.
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Resta observar que muito embora as superstições sejam algo de errôneo aos olhos da razão e da fé, elas, ao menos, atestam o senso religioso nato em todo homem, que deve ser trabalhado pela verdadeira fé.
Texto extraído do livro “Falsas doutrinas” de Professor Felipe Aquino