Como missionária da Comunidade Canção Nova, tenho férias uma vez por ano, por isso não tenho tanto contato com meu sobrinho quanto gostaria. Ele está com três anos, e é dono de uma personalidade ímpar. Nessas férias, ele me ensinou uma lição muito importante nos dias que passei com ele. A maioria dos dias foi de tentativas frustradas de me aproximar dele, pois ele é extremamente seletivo nos seus relacionamentos, e gosta de deixar isso bem claro. Eu explico.
Diante de qualquer coisa que eu tentasse dizer a respeito dele, para que ele se abrisse a um relacionamento comigo –por exemplo, que ele era meu amor, meu amigo, meu sobrinho etc –, ele sempre rebatia: “Eu não sou seu sobrinho, eu sou o Vitor! Eu não sou seu amigo. Eu sou o Vitor!”. E assim para todas as tentativas.
Perseverar foi a lição que ele me ensinou
Claro que, inicialmente, eu me frustrei, fiquei bem triste alguns dias, pois eu esperei um ano inteiro para poder brincar com ele e curtir o meu ser tia, mas, apesar das minhas expectativas, tentativa após tentativa, mais e mais eu me frustrava.
Eu não sou uma pessoa que desiste fácil; na verdade, sou, de certo modo, atraída por desafios. Então, fui rezando e pedindo a inspiração de Deus para me achegar nele, para encontrar uma brincadeira que ele se interessasse e quisesse brincar comigo. Por fim, deu certo! Na última semana de férias, eu ganhei uma moralzinha pequena, mas ganhei! É quase como aquele filme: “Como Se Fosse a Primeira Vez”, em que o mocinho precisa conquistar a mocinha todos os dias, pois ela tem um problema de perda de memória recente, que a faz esquecer, enquanto dorme, tudo o que fez durante o dia.
Mas não quero falar sobre perseverança, que foi muito exercitada por aqui. Não! Nem sobre como Deus pode nos inspirar nas mais diversas formas nos nossos relacionamentos.
Leia mais:
.: O dia a dia da família ensina mais do que as lições
.: A falta de perseverança pode nos levar ao fracasso?
.: Perseverança, segredo de uma caminhada em Deus
.: A identidade do Filho de Deus
Tenha a certeza de quem você é
O que o Vitor me ensinou foi que eu preciso ter bem claro quem eu sou, para que, diante de qualquer tentativa de persuasão sobre quem eu não sou, eu possa com a mesma firmeza dizer: “Eu não sou isso ou aquilo. Eu sou Carla!”.
Quando, por exemplo, o demônio tenta nos enganar, escravizar-nos, mentir sobre a nossa dignidade, precisamos encará-lo e dizer: “Eu não sou sua escrava. Eu sou Filha de Deus”.
Quando alguém tentar diminuí-lo, com injúrias, preconceitos ou seja lá o que for, encare e diga: “Eu não sou isso que você quer. Eu sou Carla, filha de Deus!!!”.
Entendeu?
O Vitor me ensinou que eu preciso saber quem eu sou, independente do que eu mesma ou os outros pensam a meu respeito. Importa o que Deus pensa de mim.
E diante de Deus eu sou quem sou, sou quem Ele me fez pra ser. Ou seja, nem o que eu gostaria, nem o que pensam de mim, nem o que eu não gostaria, eu sou quem Deus me fez pra ser.
Claro que cada um no seu nível de maturidade, mas é imprescindível que tenhamos essa clareza, especialmente diante dos ataques que sofremos: ‘Eu sou ….., filha (o) de Deus!”.