Paz e unção, caríssimo leitor! Você viu que o título deste artigo é uma pergunta: “Qual a importância de perdoar?”. Sendo assim, entendamos que trata-se de algo propositivo, aliás, essa é uma das mais fortes marcas do nosso Deus: Ele propõe, não impõe. O que você vai ler, nas próximas linhas, evidentemente está baseado na proposição inspirada pelo Espírito Santo. Você aceita? Então, prossigamos!
Com certeza, certas perguntas, que já lhe fizeram ao longo da vida, foram desafiadoras, e não vou espantar-me se você me disser que algumas delas não conseguiu responder, pois, o silêncio foi imperante ou, quem sabe, um tímido “não sei” foi o máximo que conseguiram de você. Todavia, existem perguntas que são feitas não para o constranger, pelo contrário, são feitas para encorajá-lo. Qual a importância de perdoar?
É preciso perdoar
Essa é, sem dúvida nenhuma, uma pergunta que se faz necessária para lhe dar coragem. Há pouco tempo, ouvi uma pregação do monsenhor Jonas Abib, e, num determinado momento, ladeado de muita autoridade espiritual, ele disse: “Precisamos perdoar porque é preciso perdoar”.
Confesso a você que, até agora, não encontrei definição melhor para esse tema, uma frase óbvia, mas carregada de verdade, sem rodeios, direto ao ponto, porque Deus é explícito, caro irmão leitor, e não deixa dúvidas em Seu modo de ensinar. Lembra do que Jesus respondeu sobre quantas vezes devemos perdoar? Ele foi incisivo: “setenta vezes sete”, ou seja, sempre.
Ninguém habita no Céu com manchas; lá, só habita a pureza. Com isso, Ele não estava dizendo que a necessidade de perdoar sempre encontraria em nós acesso fácil e rápido. O Senhor compreende nossa lentidão, mas, do mesmo modo, está observando se há em nós esforço em progredir nessa virtude ou se estamos aguardando uma espécie de “sucção instantânea” das nossas mágoas e ressentimos acumulados. Se é essa sua expectativa, esqueça, pois, isso não vai acontecer, perdoar é uma via que contempla busca e empenho pessoal com a marca da graça divina.
Propósito de eternidade
O sucesso em conseguir perdoar não está, em primeiro grau, na sua relação com a pessoa a ser perdoada, mas na sua relação com o Senhor. É isso que define o seu propósito de eternidade, pois, se é o Céu o seu grande fim, o perdão precisa ser liberado antes de chegar lá, porque ninguém habita no Céu com manchas. Que manchas? Ressentimento, mágoa, vida dupla, intrigas, orgulho, discórdias. Lá, só habita a pureza, e é esse o tempo que o Bom Deus lhe deu para vivenciar a pureza.
Quando você compreende a beleza em recomeçar, o poder de perdoar ganha força e sentido dentro de você. “Quando, ao Senhor, agrada a conduta de alguém, Ele o reconcilia até mesmo com seus inimigos” (Provérbios 16,7).
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Viu só? A sua relação com Ele é o “carro-chefe” nesse processo! Ou melhor, em tudo que nos acontece a premissa é o seu relacionamento com Deus. No fundo, o que muda nossa vida não é o que sentimos, o que ouvimos nem o que fizeram conosco, mas o que decidimos em Deus.
A importância em perdoar está entrelaçada muito mais no que você quer que aconteça daqui para frente do que sobre o que aconteceu lá atrás. Com isso, não estou dizendo que você prosseguirá sem as marcas e lembranças do que o atingiu, talvez até de forma inesperada, não posso mentir, as marcas ficam, mas com o perdão doado, a dor é dissolvida, você prossegue desacompanhado do que não santifica, apto para novos tempos e novas histórias.
O que ensinam os santos?
Sempre aprendemos com quem já está lá no Céu, pois, a vida dos santos é uma fonte inspiradora para os que almejam plenitude em Deus. Veja o que ensina São Gregório de Nissa, bispo e Doutor da Igreja:
“Se o coração de um homem foi purificado de toda propensão carnal e de toda insubordinação, tal homem verá em sua própria beleza a natureza Divina. Isto está por certo ao nosso alcance: tendes dentro de vós mesmos o paradigma pelo qual aprendeis o Divino, pois o que vos criou, ao mesmo tempo, vos dotou com esta qualidade maravilhosa. Aí imprimiu Deus a semelhança das glórias de sua própria natureza, assim como quem molda da cera a escultura. Todavia, o mal que foi derramado na natureza, esta natureza que traz a imagem divina, tornou inútil para vós este feito maravilhoso que sob máscaras vis se oculta. Se, portanto, purificais vossa vida da imundície, que tal qual emplastro se vos apega ao corpo, a beleza divina em vós outra vez fulgirá.”
Vai por mim, perdoar sai mais barato!
Fogo na alma!