Na intercessão profética nos colocamos disponíveis a Deus e Ele nos chama a interceder quando quiser. Pode ser que Ele nos chame nos momentos convenientes para nós, no meio da noite ou em horários não usuais de intercessão. Quando Deus nos chama em momentos inconvenientes, é importante para nós que obedeçamos a Ele e não rejeitemos o Seu chamado. Quando fazemos de Jesus o Senhor da nossa vida, o fazemos Senhor também do nosso tempo. Quanto mais nos rendemos a Ele, mais o Senhor pode nos usar e confiar a nós as questões do Seu Reino. Conforme continuamos na nossa entrega e obediência, vamos desenvolver um estilo de vida de oração. Isso significa que, para nós, orar vai ser o mesmo que respirar.
“Sobre tuas muralhas, Jerusalém, coloquei vigias; nem de dia nem de noite devem calar-se. Vós, que deveis manter desperta a memória do Senhor, não vos concedais descanso algum e não o deixeis em paz, até que tenha restabelecido Jerusalém para fazer dela a glória da terra” (Is 62,6-7).
São Paulo nos ensina a “orar sem cessar” (1Ts 5,17). Ter a intercessão como um ministério não significa fazer
algumas orações de petição uma vez ou outra. É algo muito mais profundo, além disso, envolve uma decisão de longo prazo para rogar por uma causa com Deus. Significa, literalmente, colocar-se na brecha. É tomar uma posição para proteger o povo de Deus dos ataques violentos do maligno. É também colocar-se na brecha clamando junto a Deus para aplacar a sua ira em função do pecado de alguém, de alguns, de uma nação ou do mundo inteiro.
A intercessão é dom do Espírito Santo
O intercessor pode também colocar-se na brecha buscando o reavivamento de um povo, de uma nação ou por uma intenção da Igreja. Muitas pessoas têm compartilhado quanto a um fardo, uma sensação de urgência e convicção que experimentam na oração para rezar pela salvação das almas, pela restauração da unidade de um grupo, de pessoas divididas ou pelo reavivamento espiritual de um lugar em particular. A intercessão se faz persistentemente entre uma situação, uma necessidade, um grupo de pessoas, uma nação e na misericórdia de Deus, ou seja, significa edificar uma barreira espiritual de defesa.
A palavra hebraica que foi traduzida como “intercessão” é paw-gah. A palavra paw-gah em hebraico original significa colocar-se com insistência “entre”, “no meio”, “na brecha”. “Tenho procurado entre eles alguém que… se detivesse sobre a brecha diante de mim, em favor da terra, a fim de prevenir a sua destruição …” (Ez 22,30). O Senhor não tolerava o comportamento pecaminoso do povo de Israel e, assim, procurava por alguém para tomar uma posição entre Ele e o seu povo, para interceder pelo povo.
Viu que aí não existia pessoa alguma e admirou-se de que ninguém interviesse. Então, foi seu próprio braço que lhe veio em auxílio e sua justiça que lhe enviou apoio. (cf.: Is 59,16) A mesma palavra paw-gah é aqui traduzida como “in-tervenção”.
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A intercessão é um dos dons distribuídos gratuitamente pelo Espírito Santo. Entretanto, quando falamos de intercessão como um ministério, geralmente estamos nos referindo a algo mais amplo do que simplesmente fazer uma oração por alguém. Um ministério ou um apostolado é mais do que simplesmente um dom do Espírito Santo sendo colocado em ação. É algo que se estende ao ensinamento e ao desenvolvimento de um carisma particular do Corpo de Cristo.
Para ser um ministério, ele precisa ser um serviço oferecido ao povo de Deus de forma estável, regular e organizada. O ministro pode ser uma pessoa ou um grupo. A intercessão não pode ser chamada de um ministério se é feita ocasionalmente, sujeita à vontade do intercessor. Para ser chamado de ministro, a pessoa deve ter sido responsabilizada a tal pelo Senhor, pela Igreja e pela liderança da RCC. A intercessão poderia e deveria ser feita tanto pessoalmente quanto em grupo.
Texto extraído do livro “Intercessão Profética: Resposta aos Sinais dos Tempos“, de C