Meu nome é Andréa Costardi Lemes, sou professora, leciono há 27 anos na mesma escola, moro no interior de São Paulo, na cidade de Jacareí, sou casada, tenho dois filhos lindos e uma família maravilhosa. Aos 47 anos, no mês de outubro de 2017, fui diagnosticada com um câncer de mama, lado direito.
Em seguida, o médico solicitou-me uma biópsia, pois poderia ser benigno. Coletei o material para análise no consultório médico, e como era urgente, eu mesma o levaria ao laboratório para análise. Antes de entregá-lo para as mãos dos biomédicos, que realizariam o exame científico, consultei o maior dos médicos, Jesus. Fui ao Santíssimo da Igreja Imaculada Conceição, que fica em uma capela linda, situada dentro do próprio local. É uma construção barroca, com desenhos nas paredes, móveis antigos, lá reina um silêncio, uma paz… Imagino que o Céu seja assim. Já tinha estado muitas vezes lá, mas, naquele dia, sentia algo diferente, trazia nas minhas mãos um pedacinho de mim que poderia revelar se eu estava doente ou não.
Ao adentrar, ajoelhar-me em frente ao “sagrado”, senti a presença inexplicável de Deus. “Sim, Ele estava ali, naquele silêncio e naquela paz. Rezei; orei e pedi a cura. Um filme veio à minha memória, tantas coisas que já havia vivido e quantas coisas eu ainda queria viver para ressignificar minha vida. Quando estamos mais jovens e saudáveis, prendemo-nos a falsos valores, tudo que eu queria naquela hora era pedir a Ele uma nova chance. Sabia, de alguma forma, que Deus falava comigo por meio de tudo que estava acontecendo, de toda a reviravolta que acontecia na minha vida. Sem explicação racional, sentia-me fortalecida internamente. Saí dali, deixei o material no laboratório e continuei rezando com muita fé.
Entretanto, apesar de tudo isso, de toda essa experiência com Deus, sou humana e, às vezes, fraquejo; e fraquejei. No dia em que recebi a resposta de que o tumor era maligno, atônita, pensei: “Deus esqueceu-se de mim, estou sozinha. Poxa! Cadê a minha cura ?”.
O processo de aceitação da doença e a cura
Tive de contar aos familiares o que estava acontecendo comigo, o que foi a pior parte, afinal, meus filhos eram adolescentes, ficaram desesperados, sem falar dos meus pais que são superpresentes em minha vida. Nesse contexto de desespero e medo, em um dia, sentada em frente à TV, sem reações, só com meus pensamentos negativos e escuros, ao longe escutei uma voz que repetia a mesma frase quase que, a todo instante, vinha da pregação do padre Roger Luís: “Se eu orar, a oração muda tudo, se eu orar, se eu orar, reze com fervor”. Sempre tive o costume de assistir aos programas da TV Canção Nova, porém, naquele dia, essa frase tocou meu coração de uma maneira inexplicável, então, levantei-me do sofá, e disse a mim mesma: “vou orar e vou lutar”.
Naquele momento, o que eu mais queria era a cura, aquela cura de um Deus que aparece; retira o que está ruim; e pronto!
Meu primeiro exame foi solicitado: uma ressonância magnética (para avaliar se não havia metástase), creio que foi a pior parte, pois, o medo de ter que dar conta de mais uma doença, não sei se suportaria. Comecei a orar e a pedir para Nossa Senhora me acalmar. Naquele momento de oração, senti um calor tomar conta de mim, então, de olhos fechados e com o coração em oração, senti minhas mãos serem seguradas (por outras mãos), achei que era a enfermeira que havia me puxado, mas, ao acabar, percebi que ela estava do outro lado da sala. Chorei nesse momento e com o coração cheio de gratidão senti a Mãe de Jesus cuidando de mim. Ao terminar, eu orei e “pedi a cura”, pedi que não tivesse nada em meu corpo, pedi mais uma chance, a chance de continuar sendo mãe, esposa, filha, funcionária, a chance de viver… Ao ir embora, a enfermeira abraçou-me e disse para eu me acalmar que estava tudo bem e que tudo daria certo; agradeci. Orei e, mais uma vez, “pedi a cura”.
Todos os resultados que estavam por vir foram bons, assim, o próximo passo foi marcar a cirurgia, fiz mastectomia radical (arranquei toda a mama). Antes da cirurgia e a anestesia tomarem conta de mim, orei: “pedi a cura” e, graças a Deus, correu tudo bem. O médico, ao sair da cirurgia, foi ao encontro do meu marido que, muito aflito, perguntou como tinha sido a cirurgia, e a resposta do médico foi: “- O semblante dela estava calmo, sereno, a cirurgia foi tão tranquila que a paz reinou no centro cirúrgico; e quem está precisando de ajuda, muito mais do que ela, é você”. Então, o médico o abraçou, tranquilizando o coração dele.
Minutos antes da cirurgia, ao deitar na mesa, fechei os olhos e coloquei Jesus comandando as mãos do médico e Maria segurando as minhas mãos. Haja visto, ela ter segurado no dia da ressonância magnética, ali eu não tinha dúvidas, estavam eles: Jesus e Sua Mãe Maria; e, mais uma vez, o sobrenatural presente em minha vida. Neste mesmo dia, descobri que o tumor era pequeno e que eu não tinha nenhum linfoma inflamado, o ganho era enorme e significativo.
Continuei a rezar e a pedir a cura, e segui rezando. No dia em que fui conhecer minha oncologista, (uma pessoa iluminada) que passaria a me acompanhar a partir dali, após a avaliação, ela deu a notícia que eu não queria receber: teria de fazer 16 sessões de quimioterapia: 4 vermelhas e 12 brancas. Arrasada; decepcionada… Chorei; orei; e “pedi a cura”. Fui parar no Santíssimo, meu ponto de partida e porto seguro, pois eu acreditava que não necessitaria fazer as quimioterapias. E, a pergunta: “Jesus, cadê você? Por que não me curou?”. Então, continuei seguindo adiante.
Leia mais:
.: A luta e a superação de quem venceu a batalha contra o câncer de mama
.: O câncer foi um marco em minha vida
.: Missionária testemunha sua luta contra o câncer
.: Na batalha contra o câncer, aprendi a ganhar
A fé a oração durante o tratamento
Iniciei o processo de quimioterapia e, ao mesmo tempo, comecei a ler o livro: “Vencendo Aflições Alcançando Milagres”, do Márcio Mendes, passei a atribuir sentido a todas as Missas que participava e assistia assiduamente pela TV Canção Nova; a cada página que lia e a cada Missa que assistia, eu orava, e “pedia a cura”. Uma curiosidade que acho importante ressaltar, pois, para muitas mulheres a pior parte é a de ficar careca, mas, quando meus cabelos começaram a cair, minha reação surpreendeu até a mim, que logo pedi a minha mãe e a meu marido que cortassem e raspassem minha cabeça, logo, achei até engraçada a minha “cara”.
Junto a tudo isso, continuei a trabalhar. Minha diretora e minha coordenadora deram-me a oportunidade de mudar de cargo pelo tempo em que eu precisasse, (elas não têm noção do quanto isso foi importante para mim), lecionando sim, mas de uma maneira que não me cansasse tanto. Posso afirmar que minha família, meus amigos de trabalho, meus amigos íntimos, minha diretora e coordenadora foram tão importantes quanto as sessões de quimioterapia, a proporção de cura é a mesma, todos foram remédios diários que amenizavam os sintomas; completando, assim, o processo de cura e refazendo minha alma. As reações com as quimioterapias eram quase imperceptíveis, faltava ao trabalho apenas no dia em que fazia o tratamento e, também, no dia seguinte, porque eu tinha muito sono, mas continuava desempenhando as tarefas normais de uma rotina de dona de casa e professora, e digo com propriedade: eu era muito feliz… Eu não tinha e não deixei o estereótipo de “cara de câncer”: usava perucas, passava batom, comprava roupas, usava lenços, saia com os amigos, namorava…
Não sei o que seria de mim sem a intermediação da TV Canção Nova, pois, por meio das palavras do professor Aquino, do padre Roger Luís, padre Edmilson, o livro do Márcio Mendes, o programa Sorrindo para a Vida, os terços da misericórdia, o terço dedicado a Nossa Senhora e os acampamentos, o recado era o mesmo: “Pede e recebereis”. Percebi que, desde o dia que entrei no Santíssimo com a biópsia nas mãos, em que orei e pedi a cura, ela já se consumava; acontecia e eu a recebia.
Neste momento, acabei de orar e de pedir ao Espírito Santo que me desse uma parte do livro lido para eu encerrar meu testemunho, mas antes disso, gostaria de dizer com palavras simples de um coração curado: “não podemos desanimar, mesmo que não tenhamos vontade de rezar, ajoelhar, falar e/ou só chorar… Deus está sempre ao nosso lado e, muitas vezes, os milagres são pessoas boas com o coração voltado para Deus”.
Trecho do livro: Vencendo Aflições Alcançando Milagres, de Márcio Mendes:
“A oração de fé é sempre nova, cheia de Esperança e de verdade; Deus a sustenta em seu amor e, por isso, ela pode levar a salvação para muitas pessoas. Quando alguém reza de todo seu coração e pede esse socorro sobrenatural, quando precisando muito de Deus, ela clama pela intervenção do Senhor, é o Céu e a Terra que dizem amém. Daí é só esperar o que já foi alcançado”.