Centenas de milhares de muçulmanos se reuniram nesta terça-feira nas mesquitas de todo o mundo para celebrar a Noite da Fé, a mais sagrada do ano islâmico, esperando que com as suas orações Alá perdoe seus pecados. A poucos dias do fim do mês sagrado do Ramadã, a 15 de Dezembro, quando aparecer o primeiro halo de luz do novo crescente da Lua, cerca de 1.200 milhões de muçulmanos comemorarão a noite em que Alá começou a revelar o Alcorão ao profeta Maomé, através do arcanjo Gabriel.
A revelação, segundo a fé muçulmana, prolongou-se durante 23 anos, durante os quais Maomé foi recebendo a doutrina de Deus, em Meca e Medina, até os compilar no livro sagrado que recolhe os princípios religiosos, sociais e inclusivamente políticos do Islamismo. Porém, a primeira revelação, a da Fé, “Al Lailat Ul Qadr” em árabe, manteve-se como o culminar da devoção muçulmana e celebra-se sempre num dos últimos dez dias do mês sagrado de jejum do Ramadão.
“Nessa noite, Alá ordena aos anjos que desçam à terra para distribuir bênçãos e Xaithaan (Satã) não tem poder para prejudicar ninguém”, segundo Walid Abas, jovem estudante da religião no Cairo. Um versículo do Alcorão justifica esta tradição e afirma que rezar nessa noite “vale mais que mil meses”, toda uma vida, o que faz com que as mesquitas se encham e o rumor das orações invada o mundo muçulmano na vigília, que a maioria dos eruditos religiosos situa no vigésimo sexto dia do Ramadã.
Fonte: SN