A vontade de Deus e a busca pela santidade na espiritualidade carmelita
O chamado de todos à santidade passa pela descoberta vocacional, de reconhecer a voz de Deus que chama. A vocação de cada um de nós se encontra em fazer a vontade de Deus em primeiro lugar, e, realizando essa vontade, tornamo-nos santos. Contudo, a vontade d’Ele passa por um processo de discernimento diário, além do desafio da nossa liberdade.
Superando os obstáculos à vontade divina
Fazer a vontade de Deus, quando ele me pede algo agradável ou que comungo com o meu querer, torna-se fácil, porém nem sempre Ele nos pede coisas compatíveis com nosso desejo. João da Cruz nos diz que temos três grandes inimigos: o demônio, o mundo e nós mesmos. Contudo, ele reforça que o maior desses inimigos é o “eu”, o meu querer e a minha vontade.
Pintura “San Francisco de Sales”. Crédito: Francisco Bayeu y Subías/Domínio Público
O caminho carmelita para a santidade
A espiritualidade carmelita estimula cada fiel a dedicar-se em purificar suas vontades próprias, renunciar seus desejos e assim tornar-se santo. O fato é que o desapego de si parte de um coração pobre e abandonado à Providência Divina. Acolher tudo o que a providência propuser. Francisco de Sales ainda complementa que o que santifica não é morrer mártir, fazer jejum ou praticar horas de oração, mas sim, em tudo, fazer a vontade de Deus com louvor, sem murmuração.
A oferta completa de si a Deus
O fato é que o ser humano é feito de inteligência e vontade, por isso deve entregar essas categorias a Deus, que é o Senhor de tudo. Assim como Santo Inácio de Loyola, devemos fazer a oferta completa de nós mesmos, eliminando tudo que possa nos afastar de Deus:
“Recebei, Senhor, minha memória, minha inteligência e toda a minha vontade. Tudo o que tenho ou possuo de vós me veio; tudo vos devolvo e entrego sem reservas para que a Vossa Vontade tudo governe. Dai-me somente o Vosso amor e a Vossa graça, e nada mais vos peço, pois já serei bastante rico. Amém!”
