Se o casal colocar a confiança na economia deste mundo, realmente não será tempo para casar
Meu marido e eu participamos, em certa ocasião, de um programa na televisão [TV Canção Nova] quando éramos noivos. Testemunhamos nossa história e anunciamos a data do casamento. Como era um programa interativo, no qual também respondíamos a perguntas dos telespectadores, uma das questões me faz escrever este artigo.
O internauta nos perguntava como tínhamos coragem de nos casar em tempo de crise? No programa, deixei que meu marido falasse, já que, em questão de economia, eu não vou longe, e é justamente a área dele. A resposta dele não poderia ser melhor, e eu a apresento, pois acredito que poderá ser uma direção de Deus para a vida de muita gente no dia de hoje.
Foto: Chrapuscule by Getty Images
Ele respondeu assim: “Vamos nos casar em tempo de crise, porque nossa segurança não está nas finanças deste mundo, mas sim em Deus. Hoje, temos a certeza de que Deus nos chama a assumir a vocação do matrimônio e acreditamos, pelos frutos da nossa história, que está na hora de darmos esse passo. Mas se não avançamos por medo da crise, que testemunho de fé estamos dando? Deus é fiel e não nos deixará faltar o necessário; é a experiência que fazemos dia a dia nos dá essa certeza. É por isso que vamos nos casar mesmo em meio à crise econômica. Nossa confiança está no Senhor!”
Projeto de Deus
Além de concordar plenamente com a resposta, eu a completo afirmando que, ao assumirmos a vocação do matrimônio, estamos, antes de tudo, correspondendo ao projeto de Deus para este mundo: a formação de famílias cristãs. Creio que a família é a instituição bendita e querida pelo Senhor desde sempre, tanto assim, que Ele mesmo escolheu vir a este mundo por intermédio de uma família. Mas é principalmente nesta época em que, além da crise econômica, sofremos também as consequências da crise de valores, de identidade e tantas outras que Deus Pai conta com a colaboração dos que são chamados à vocação do matrimônio, para dar continuidade ao Seu plano de amor neste mundo.
Acredito que a família é o maior investimento da sociedade! Mesmo agredida por tantas forças sociais, muitos a levam em consideração, porque sabem qual é o valor dela. João Paulo II, com razão, afirmou tantas vezes: “Acreditar na família é construir o futuro”.
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Nossa fé tende a amadurecer e a nos comprometer. Se compararmos a família a uma árvore, lembramos que é próprio desta dar frutos, e estes, por sua vez, trazem sementes para que, lançadas ao solo, possam germinar e crescer. Eu, que sou fruto de uma árvore frondosa – minha família –, acredito que chegou o tempo oportuno de lançar a semente em terra e deixá-la germinar, nascer, crescer e frutificar.
Não parar diante dos obstáculos
Ainda em relação ao tema que me levou a escrever, acredito que já esteja claro. Se colocarmos nossa confiança na economia deste mundo, realmente não será tempo para casar; aliás, se pensarmos assim, quase nunca será o tempo de dar passos como este. Mas se somos cristãos e quisermos corresponder aos desígnios do Senhor, não podemos parar diante dos obstáculos.
É preciso unir a fé, a razão e seguir em frente! Sermos coerentes e responsáveis com os compromissos que assumimos, sim, mas sabendo que nossa confiança não pode estar centrada nas seguranças humanas.
O emprego que temos hoje poderemos perdê-lo amanhã, pois neste mundo tudo é passageiro, e a nossa confiança em Deus é fundamental para alicerçarmos qualquer decisão, também com relação ao casamento. A Palavra do Senhor diz: “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te apoia no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3,5).
Acredito que nossa vocação primeira é amarmos e sermos amados. Portanto, amemos com profundidade, correspondendo a este chamado divino para que nossa vida seja fecunda e feliz e não tenhamos medo de dar frutos.
Estamos juntos!