Caríssimo leitor, em primeiro lugar, convém afirmar que o Matrimônio sempre esteve nos desígnios de Deus. De um extremo ao outro, as Sagradas Escrituras falam do casamento e de seu ministério. Fala também da sua instituição, do sentido que lhe foi dado por Deus, de sua origem e do seu fim. Pode-se constatar, portanto, que esse tema permeia toda a Palavra de Deus.
Quando se fala em matrimônio, especialmente em se tratando de Sagradas Escrituras, é quase automático lembrarmos da passagem do livro de Gênesis que diz: “O homem deixará seu pai e sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão dois numa só carne”. Tendo se transformado num clichê, ou não, esta passagem é maravilhosa, porque mostra que a inseparável comunidade de vida a que Deus destina o homem e a mulher está fundamentada na entrega pessoal de um ao outro. Entrega esta que encontra a sua consumação sensível na união dos corpos.
Esta união entre o homem e a mulher, e somente entre os dois, possui o caráter de uma instituição natural e dotada de vínculos permanente e exclusivo, de modo que já não são dois, mas uma só carne. Assim, o vínculo matrimonial, por ninguém do planeta Terra pode ser destruído, afinal, o que o próprio Deus uniu, ninguém pode separar. Em resumo, o Matrimônio é uma instituição natural estabelecida pelo Criador, e que, desde Nosso Senhor Jesus Cristo, foi elevado à sacramento.
O matrimônio nos termos técnicos
De maneira mais técnica, o Código de Direito Canônico no cân. 1055 delimita o matrimônio nos seguintes termos: “O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si o consórcio íntimo de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre os batizados foi elevado por Cristo Nosso Senhor à dignidade de sacramento”.
Ainda dentro de alguns termos mais técnicos, sabe-se que para que ocorra o sacramento do Matrimônio é preciso que existam alguns elementos essenciais: as partes contratantes, ou seja, o homem e a mulher; o objeto do contrato – nesse caso, os corpos que se entregam como direito recíproco –; o consentimento legítimo, que deve ser expresso por ambas as partes e, por fim, a abertura à geração de filhos, a educação destes, a ajuda mútua entre os cônjuges etc. Diante desses elementos, podemos afirmar que os ministros do sacramento do Matrimônio são os próprios noivos. Quem celebra este sacramento, portanto, não é o padre, mas o próprio casal.
Dentre todas as finalidades do Matrimônio, quero destacar a mais importante: a procriação e a geração dos filhos. Uma vez que o amor matrimonial é reflexo do amor criado de Deus, ou seja, extremamente fecundo, o amor conjugal foi ordenado por Deus com essa mesma finalidade: gerar novos seres humanos e educá-los para o céu. Os filhos são, sem dúvida, o dom mais excelente do matrimônio e contribuem sobremaneira para o bem dos próprios pais.
Uma das propriedades essenciais do Matrimônio, como já vimos, é a unidade e a indissolubilidade. Por sua própria natureza, o amor conjugal é fiel e exclusivo até a morte. Fidelidade que, por vezes, pode parecer difícil, porém, é totalmente possível, nobre e meritória. A fidelidade no Matrimônio é manancial de felicidade profunda e duradoura. Além disso, é indissolúvel e perpétuo, quer dizer, uma vez contraído, não se pode romper senão com a morte de um dos cônjuges.
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A matéria e a forma do sacramento do Matrimônio
O legítimo contrato matrimonial, ou seja, o acordo entre os cônjuges é, ao mesmo tempo, a matéria e a forma do Sacramento do Matrimônio. Portanto, considerando o contrato em si mesmo, pode-se dizer que a matéria são as pessoas contraentes (o noivo e a noiva), juntamente com as palavras com que manifestam essa entrega e a forma é a aceitação mútua dessa entrega, exteriormente manifestada.
Uma vez que Cristo elevou o Matrimonio à dignidade de sacramento, podemos afirmar que ele é também uma legítima vocação cristã e, para os esposos, caminho de santidade. Este sacramento é um enorme sinal da presença e do amor de Deus no nosso meio, especialmente num mundo muitas vezes estranho e hostil à fé. Não foi por acaso que o Concílio Vaticano II chama a família de Igreja Doméstica. O seio familiar é o ambiente propício para o nascimento, cultivo e desenvolvimento da fé. É a primeira escola da vida cristã.
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Deus abençoe você e até a próxima!