Insegurança

Relacionamento amoroso: sonho ou pesadelo?

Todos nós desejamos ser amados e também amar. Idealizamos esse relacionamento, sonhamos ser feliz e viver momentos inesquecíveis, como nos contos de fada. Quando, no entanto, nos deparamos com a realidade desse relacionamento, vemos que nem sempre é assim. Aquilo que deveria ser vivido como um tempo de conhecimento mútuo, de crescimento e amadurecimento, torna-se um verdadeiro inferno de desconfiança, insegurança, ciúme, provocando no outro ou em nós mesmos um sentimento de estar preso, de “despersonalização”.

O mal da insegurança

Falaremos sobre um dos aspectos da personalidade que pode levar o relacionamento amoroso a não ser vivido como deveria: a insegurança. A segurança é um processo interno, é algo que se desenvolve no interior do ser humano durante os primeiros anos de sua vida.

Quando crianças, somos totalmente dependentes dos outros, até mesmo para reconhecer quem somos, o que somos capazes de realizar ou nossas limitações. Aos poucos, vamos nos tornando autônomos e independentes, não só em relação às tomadas de decisões, como também no que se refere a nossa vida afetiva: não precisamos mais que, a todo instante, nos digam que nos amam e que somos importantes para eles, isto já está impresso em nós. Com isso, a nossa autoimagem e a nossa autoestima vão sendo construídas, tornando-se a base para os nossos futuros relacionamentos.

Relacionamento amoroso: sonho ou pesadelo?

Foto Ilustrativa: KatarzynaBialasiewicz by Getty Images / cancaonova.com

Se soubermos quem realmente somos, assim como quais são as nossas potencialidades e limitações, aceitarmos quem somos e gostarmos de nós como realmente somos, seremos uma pessoa segura e poderemos “caminhar” por todos os ambientes e situações que a vida for nos colocando. Porém, se essa imagem nos desagradar ou encontrar-se deturpada dentro de nós, sentiremo-nos inseguros, rejeitados; e pequenas e insignificantes situações vão nos desestruturar.

Quando isso ocorrer, a nossa tendência será voltarmos aos comportamentos da infância. Comportamentos estes carregados de manha, de apego, não deixando que o outro saia de perto de nós, enfim, sentimos ciúme e agimos de acordo com este sentimento.

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O que precisamos fazer para mudar este padrão de comportamento inseguro?

Primeiramente, precisamos parar e pensar por que razão me sinto tão inseguro (a)? Tenho medo de quê? Quais situações me trazem insegurança? Desconfio de quê?

A partir dessas reflexões, devemos verificar o que é real e o que é fruto somente de nossa própria insegurança, para que comecemos a dar passos no concreto do dia a dia para vencermos tais situações. É fácil? Não, não é. Mas é necessário para que cresçamos e amadureçamos em nossos relacionamentos. Observe quais são suas verdadeiras qualidades. Se sentir dificuldade, peça que outras pessoas enumerem-nas para você. Assuma em você suas qualidades, exercite-as e deixe que os outros saibam quem você realmente é.

O ponto que precisamos atingir, neste processo de amadurecimento, é o de sabermos que, mesmo distante, ou seja, “longe de nossas vistas”, o outro nos tem dentro dele, assim como ele está dentro de nós. Se realmente há amor, nada nem ninguém conseguirá tirar o outro de dentro de nós e a gente de dentro dele. Sendo assim, podemos nos “mover” para onde quer que seja, sermos quem somos, sem estarmos presos às inseguranças que tornam o relacionamento amoroso um pesadelo.

Quando somos livres e deixamos o outro ser livre, entramos no processo de conhecimento, ou seja, no verdadeiro objetivo do namoro, e aí sim podemos fazer com que esta fase seja um sonho.