A rotina não pode tirar o sabor da vida de casados
Não, não, você não leu errado! 12 de junho é dia dos casados sim. Ou será que depois do casamento deixamos de namorar e nos enamorar pelo outro? Ao contrário, o namoro, depois de casados, pode ser muito mais gostoso e especial, pois há uma cumplicidade maior, uma entrega total do corpo e da alma sacramentados pelo matrimônio.
Os casados podem testemunhar que o amor e a cumplicidade entre o casal não precisa necessariamente ‘esfriar’ com o tempo, como se diz por aí. Somos convocados a remar contra a maré, que tenta minar as famílias – sim, pois a perda do encantamento pelo outro vai se corroendo aos poucos, nas pequenas coisas; por isso a importância de cuidar-se no dia a dia.
O namoro depois do casamento vai muito além de enviar uma flor, um chocolate, ou mesmo um presentinho no dia 12 de junho, ok? Aliás, nós cristãos nem precisamos viver o consumismo que a data propõe. Já pararam para pensar que, em várias partes do mundo, o Dia dos Namorados é celebrado em 14 de fevereiro, dia de São Valentim? Em nosso país, a data é celebrada em 12 de junho devido a um aspecto puramente comercial, inventado na década de 50 por comerciantes paulistas. Junho era um mês fraco para o comércio; daí, incentivou-se a troca de presentes na véspera do dia de Santo Antônio, 13 de junho, popularmente conhecido como santo casamenteiro. A propaganda, na década de 50, trazia a ideia de que o amor não era só de beijos e abraços, mas merecia um presente. Mas que tal se, em vez do presente, cultivássemos pequenas atitudes que não custam muito e vão regar o namoro, dia a dia, depois do casamento? A começar pelo cuidado de si.
O senso comum diz que a mulher, depois que casa, fica menos atraente, só na camisola bege, com a depilação vencida, rabugenta e reclamando por qualquer coisa. Mulherada, vamos acordar? Qual o sentido de sair lindíssima na rua e ser desmazelada em casa? Arrumar-se para o trabalho, para a Missa ou qualquer outra atividade fora de casa, mas não estar apresentável no lar? Renuncie a isso, gente! O seu marido a ama pelo que você é, claro, mas não faz sentido se casar e perder aquela expectativa gostosa de se arrumar quando ia sair com o namorado. Não significa que você vai viver em função da expectativa do seu marido em relação a você, mas se cuidar é também uma prova de amor. Cuide-se primeiro para você, pois seu corpo é tempo do Espírito Santo!
Lembra de quando você namorava e como se cuidava? Deu saudade? É sinal de que dá para se cuidar mais. Você pode dizer que não tem tempo, que se cuidar custa muito etc e tal, mas tempo é questão de prioridade, e há produtos bons para todos os bolsos. Cuidar do cabelo, da pele, das unhas, da higiene mesmo, é um investimento na sua família, no seu casamento (e na sua saúde!) O mesmo vale para os esposos.
Outra atitude que pode regar o nosso namoro depois de casados é a paciência com o outro. Quando namorávamos, tudo ia de vento em popa. Mesmo com um turbilhão de problemas, relevávamos tanta coisa, era ‘bem’ pra lá, ‘amor’ pra cá, mas no casamento… uma gota vira tempestade, qualquer formiga vira um elefante. Como podemos aturar um trabalho nem sempre agradável, engolir sapos fora de casa, no ônibus, na escola dos filhos, para chegar em casa e descarregar tudo na família, nosso bem mais precioso? Sejamos justas com nossos maridos, pois eles não têm culpa de nada que aconteceu no nosso dia. Não precisamos esconder deles os problemas do trabalho, mas dialogar, desabafar é bem diferente de soltar os cachorros como se eles fossem os causadores de nossos problemas.
A rotina também tende a tirar o sabor gostoso da novidade no nosso dia a dia. Mas quem traça a rotina do casal é o próprio casal. Então, que tal, no dia 12 de junho, alterar a rotina? Seja no caminho de ida e volta juntos do trabalho ou combinar um dia por semana para fazer algo completamente inusitado, como assistir a algum filme novo, fazer uma leitura juntos ou um passeio de mãos dadas na quadra de casa.
Recentemente, lá em casa, abrimos o álbum de fotos do nosso casamento e fomos lembrando coisas inusitadas desde o namoro até aquela data especial. Pode parecer algo bobo, mas relembrar tudo que passamos para estar ali, de pé, sacramentando a união, fortaleceu muito a relação. As famílias estão muito ameaçadas pelo divórcio, fruto da intolerância, da falta de diálogo, da impaciência e da falta de cuidado. Nas pequenas atitudes podemos somar ou dividir, agregar ou destruir, plantar e construir ou minar. Só depende de nós!
Nós cristãos não podemos viver o 12 de junho puramente no aspecto comercial, na verdade, nem precisamos entrar na onda se considerarmos que já somos presentes de Deus na vida de quem amamos. Que possamos mirar na Sagrada Família e colar em Santo Antônio para sermos eternos namorados não só nos dizeres dos comerciais, mas na vida diária. Paz e bem!