Acertando com os nossos erros

Nem sempre é fácil assumir a responsabilidade de nossos atos ou reconhecer nossas atitudes, quando estas foram dolorosas ou tiveram conseqüências desastrosas. Na tentativa de fazer o que intencionávamos e julgávamos ser o melhor, às vezes, acabamos fazendo o que não queríamos. E diante dos resultados desastrosos de nossas escolhas, muitas vezes, caímos na tentação de evitar assumir as responsabilidades de nossas próprias opções. Talvez, por vergonha de termos sido derrotados pelos nossos próprios planos ou, em muitas outras situações, na tentativa de preservar a auto-imagem, ousamos ocultar nosso fracasso para não parecer incapacitados diante das pessoas.

Em outras ocasiões, envolvidos por uma situação de estresse, tomamos os pés pelas mãos. Em uma discussão, falamos o que não deveríamos ou agimos de maneira desenfreada. Atropelando o autocontrole e amordaçando a educação, destilamos nosso veneno e raiva sobre a outra pessoa ou abusamos da força e do poder para repreender qualquer possível contestação ou reação.

Mais tarde, após a retomada da compostura, a vergonha de enfrentar as pessoas – depois de ter vivido o fracasso –, muitas vezes, nos fazemos de dissimulados.

Por várias ocasiões, já vivemos situações, que, analisadas a partir de nosso ponto de vista, seriam aparentemente sem solução. Quantos “novos pais” estão enfrentando problemas com seus filhos; e casamentos de pouco tempo vivem às margens de uma dissolução, entre outros exemplos. Entretanto, quando abrimos a guarda e o coração para buscar ajuda – com alguém mais maduro, sobre o que estamos vivendo –, nos abrimos à possibilidade de alcançar o sucesso por nós pretendido. Vale a pena lembrar que buscar ajuda não significa “fofocar”. Desejamos partilhar como quem relata uma situação adoecida para alguém que já esteve também “infectado” e alcançou a cura.

Bom seria se fizéssemos somente boas escolhas; entretanto, se evitarmos assumir as responsabilidades de nossos erros, pouco minimizaremos as conseqüências destes, assim como esta atitude não nos isentará de futuros equívocos. Nossos erros são os sinalizadores de que, quando aceitos como “feedbacks”, nos fazem sair mais bem preparados para evitar a reincidência. Se não conseguimos aprender a partir deles, acredito que dificilmente saberemos assumi-los e aproveitá-los para acertar numa outra ocasião.

Reconhecer nossa atitude equivocada, ou se fazer necessitado de ajuda, seria a atitude mais sensata para se obter o crescimento pessoal e a correção do nosso comportamento.

Quem muito viveu, muito tem a ensinar. Acolher as experiências e conselhos dessas pessoas – nas quais confiamos e que já passaram por muitas outras situações – favorecerá o nosso aprendizado.

Um abraço e Deus abençoe sua casa,

José Eduardo Moura
Comunidade de Aliança Canção Nova