E o namoro acabou… E com ele se foram sonhos, planos, certezas. Parece que a melhor coisa que havia na sua vida foi perdida: Ou a pessoa com quem você namorou ou o próprio namoro. Você já pensou nisso – Do que você sente mais falta: Da pessoa com quem você se relacionou ou da relação? O que você acha de si mesmo hoje? Aquela pessoa que partiu, o que ela representava para você? Aquela pessoa pode ter sido alguém que lhe mostrou o seu valor (e você passa a achar que só vale alguma coisa aos olhos dela). Quanta coisa você aprendeu com aquela pessoa? Quanto você sofreu com essa relação, acreditando, buscando, se dedicando?
Quanta coisa boa você descobriu em si mesmo, das quais nem mesmo se dava conta? São tantas as coisas que precisamos avaliar ao fim de um namoro! O namoro acabou… Você já tentou de tudo, mas o vaso quebrou. Alguns ficam ainda tentando remendar… Não dá! É então necessário um tempo… Mas quem aceita? Busca-se desesperadamente alguma coisa que ocupe o lugar daquele relacionamento que terminou. Alguns caem na bebedeira, outros ficam desesperados por uma festa, e a maioria sai desesperado em busca de novos relacionamentos. E aí está um problema: Como se pode pensar em começar algo novo se não foi assimilado aquilo que foi vivido?
O grande sinal de que é necessário um tempo de solidão é exatamente a dificuldade que há em encarar o vazio deixado. Esse tempo de solidão é necessário para avaliar aquilo que foi fecundado durante aquele relacionamento anterior. É necessário também, pois com certeza quando se sai de um relacionamento assim, se sai muito machucado… por isso é necessário um tempo para que as feridas cicatrizem. Quantas pessoas, a fim de sair da ‘fossa’, acabam se agarrando à primeira ilusão que surge? E quantas sofrem por isso? Quantas estragam a nova relação, comparando-a com a anterior (e isso só aumenta a saudade do que se foi), ou levando para a nova relação todos os vícios que foram adquiridos? É preciso encarar. O namoro acabou; o vaso quebrou. É hora de transferir o “líquido” para um odre novo. Só Deus pode fazer um odre novo, e é Ele também quem o resgata, quem impede que o “líquido” (seus sonhos, esperanças, planos) escoe e se perca. E nesse odre novo é que você vai se derramar. Mas assim que a água é despejada, o que você vê? Turbulência. É essa a turbulência que você experimenta naquele primeiro momento. Mas se você esperar um pouco, deixando aquela água aquietar-se, o que acontece quando você a olhar novamente?
Você pode contemplar o seu reflexo! E somente quando esperamos nossas inquietações acalmarem, temos condições de realmente entender o que foi trocado naquela relação; o que foi fecundado; o que foi doado… E se ficar sem aquela pessoa dói tanto, pare para pensar: O que você não consegue fazer sozinho? Qual o pensamento mais frequente agora que está sozinho outra vez?
O que você vale? Veja bem: Deus disse que não é bom que o homem fique só (cf. Gen 2,18). Mas a pior solidão talvez seja aquela que se experimenta nas relações em que falta o amor. O amor a Deus sobre todas as coisas, o amor a si mesmo, e o amor um ao outro. Muitas pessoas se engajam nesses namoros para disfarçarem suas dificuldades sociais, familiares ou afetivas. É hora de deixar o amor de Deus falar mais alto, e confiar na palavra d’Ele, que criou para o homem, uma ajuda que lhe seja adequada (cf. Gen 2,18). Você, homem, mulher, que hoje vive a espera, confie na ação de Deus na sua vida, acredite que há uma pessoa adequada para você. Basta você viver de acordo com aquilo em que acredita e não em função das feridas acumuladas. Hoje já é tempo de você honrar, respeitar e dignificar a esposa, o esposo, os filhos que o Senhor tem para você. Confiar em Deus é viver essa esperança a cada dia.
Sugestão de leitura: “Homens e mulheres restaurados” do padre Léo.