Santidade da Igreja

Por que ser devoto de um santo canonizado pela Igreja?

Todos os homens e mulheres são vocacionados a uma vida de santidade. Esse é um chamado comum e universal desde o início da humanidade, como está em Levítico 11,44: “Sede santos porque Eu sou santo”, assim diz o Senhor. Nessa perspectiva, a Santa Igreja Católica, em sua sabedoria e conduzida pelo Espírito Santo, enaltece alguns fiéis na condição de santo por um processo de canonização em que se verifica e comprova a prática heroica das virtudes e fidelidade à graça de Deus vivida nesta terra.

Dessa forma, nesses santos e santas de Deus pode-se dizer que “brilha a santidade da Igreja” (Catecismo da Igreja Católica, 867), e essa os apresenta como “modelos e intercessores” (CIC, 828) de todos aqueles que buscam um caminho de perfeição e imitação de Cristo, pois “aquele que afirma permanecer n’Ele deve viver como Ele viveu” (1Jo 1,8). Com isso, a devoção aos santos nos ajuda no percurso de santificação.

Foto Ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com

Devoto de um santo canonizado

A devoção autêntica não consiste em sentimentalismo estéril, passageiro ou em vã credulidade, mas procede de uma fé verdadeira. Ser devoto não é adorar, mas venerar a vida dos homens e mulheres de Deus que procuraram em tudo viver conforme o Evangelho. Então, a devoção a um santo é uma forma de observar a vivência de sua entrega total a Deus, de admirar e imitar o seu testemunho de santidade e amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.

Os santos contemplam e louvam a Deus, e eles não deixam de velar por aqueles que deixaram na terra. Ser devoto de um santo é ter esse auxílio, porque interceder é o mais alto serviço que eles prestam ao plano de Deus. Portanto, a devoção nos orienta na caminhada espiritual, onde também pedimos que eles intercedam por nós e pelo mundo inteiro (Cf. CIC, 2683).

É possível uma amizade com nossos santos de devoção, sendo que eles são para nós escola de santidade e amizade com o Amigo dos amigos. Assim, a devoção nos ensina que tudo é graça de Deus, que não são somente os nossos esforços humanos que nos levam à santidade, mas é a mão poderosa do Senhor que nos conduz, e “os santos sempre tiveram viva consciência de que seus méritos eram pura graça” (CIC, 2011) e não honras próprias.

Experiência pessoal de ser devoto

A minha experiência concreta de devoção aos santos começou após o meu encontro pessoal com Jesus Cristo. Ao iniciar leituras sobre a vida da Igreja Católica, fui conhecendo os homens e mulheres canonizados por ela, os quais são exemplos de cristãos, e hoje me ajudam muito no caminho de santificação. Cito, brevemente, minha experiência com os santos que tenho afinidade e devoção.

O primeiro santo com quem fiz uma profunda experiência espiritual foi São Pio de Pietrelcina. No ano de 2005, após uma leitura sobre a vida de Padre Pio, comecei a ter uma enorme admiração por esse santo e, em seguida, uma profunda devoção a ele, que me ensina a via da oração, penitência e total doação a Deus e ao próximo. Vejo em São Pio o exemplo de santidade e observação rigorosa dos votos de obediência, pobreza e castidade. Padre Pio dizia: “Quando te encontrares diante de Deus, na oração, considera-te banhado na luz da verdade.”

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O segundo santo de quem me aproximei foi São João Bosco, mais conhecido como Dom Bosco. Ao iniciar meu caminho vocacional na Canção Nova, tive a graça de conhecer mais de perto esse santo que tem me ensinado até hoje a via da santidade na ação e contemplação. Ao ler um livro sobre sua biografia, fiquei impressionado pela entrega e doação desse santo aos jovens, a ponto de se gastar inteiramente por essa causa, o que me inspira muito. Dom Bosco dizia: “Deus nos colocou neste mundo para os outros”.

O terceiro é uma santa a quem cultivo minha devoção. Ela é Santa Teresinha do Menino Jesus. Com essa santa fiz uma experiência já estando na Canção Nova, quando, no ano de 2011, em Cachoeira Paulista, ganhei o livro de sua biografia “História de uma alma”. Após ler todo o livro, fiquei inflamado do desejo de viver o amor e a simplicidade. A essa santa peço sempre intercessão no meu caminho ao sacerdócio. Santa Teresinha dizia: “Senhor, quero revestir-me de vossa própria justiça e receber de vosso amor a posse eterna”.

Portanto, ser devoto de um santo ou santa da Igreja Católica é uma forma de aprofundar na vida de santidade, de pedir intercessão e perceber que a vida dos santos é reflexo de uma vida pautada no verdadeiro amor a Deus, pois os santos sempre nos conduzem ao Senhor e nunca a eles próprios, porque são setas que apontam para o verdadeiro caminho: Jesus Cristo.