Ser padre não limita o amor, pelo contrário alarga-o até o infinito
Quando ouço alguém dizer ou mesmo me perguntar por que padre não se casa, eu poderia repetir a pergunta de outro jeito: “Por que você se casou ou por que você está solteiro? Por que você é professora ou advogado? Ou mãe de família?”. E assim por diante. Isso prova que toda vocação é um grande mistério entre Deus e o coração da pessoa por Ele convidada a abraçar um estado de vida. Não se esqueça de que alguém pode ser feliz e realizado, ou infeliz e triste pela escolha livre que fez. A vocação é assumida livremente e eu não fui obrigado a assumir o sacerdócio e o celibato.
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O celibato não é uma castração nem uma proibição de casar ou outras coisas semelhantes. Celibato é uma entrega total e amorosa ao Reino de Deus e ao serviço do Seu povo. Neste estado de vida, eu assumo e respondo livremente, pois a diferença não está tanto no exterior, mas dentro de minha alma, foge de mim e de mim transborda.
Separado para ser todo da Igreja
Acredito que eu seja diferente somente pela escolha e pela consagração que Deus fez comigo, assim como você pode ser diferente naquilo que você é. Não posso negar: sou diferente de dentro para fora, sou consagrado, separado para ser todo de Deus, para ser todo das pessoas, da missão, da Igreja. O celibato não limita o meu amor, pelo contrário, alarga-o até o infinito; não me prende a ninguém, mas me deixa livre para todos. É um desafio, pois continuo exatamente como todo homem: com sentimentos, dificuldades e pecados também, mas eu abracei a escolha que fiz: Estou no mundo, mas não sou do mundo, nem sou como todo mundo.
O nosso mundo precisa exatamente de mim assim diferente, e talvez seja isso que incomode ou ajude tanto as pessoas.
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Você aceita ser diferente assumindo a vocação que abraçou? Eu fui conquistado por amor, e por amor continuo todos os dias deixando-me conquistar: Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que escolhi a vós. Vocação é um mistério que eu vou descobrindo todos os dias um pouco mais.
Peço a você a permissão de ter uma vocação diferente e nela ser realizado e feliz. Como existem casais, jovens, professores, domésticas, médicos felizes e realizados em sua vocação! Eu sou feliz e realizado por ser sacerdote e celibatário. É bom saber que ninguém é igual nem tem a mesma vocação, pois a diferença enriquece a vida e o mundo.
Como sempre dizemos: as diferenças não são barreiras, mas riquezas. O mais importante é ser coerente e verdadeiro na diferença que assumimos em nossa vida. Parabéns por você ser diferente e feliz!
Coração indiviso
O que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC), número §1579: ”Todos os ministros ordenados da Igreja latina, com exceção dos diáconos permanentes, normalmente são escolhidos entre os homens fiéis que vivem como celibatários e querem guardar o celibato ‘por causa do Reino dos Céus’ (Mt 19,12). Chamados a consagrar-se com indiviso coração ao Senhor e a ‘cuidar das coisas do Senhor’, entregam-se inteiramente a Deus e aos homens. O celibato é um sinal desta nova vida a serviço da qual o ministro da Igreja é consagrado; aceito com coração alegre, ele anuncia de modo radiante o Reino de Deus.
CIC §1599: ”Na Igreja latina, o sacramento da Ordem para o presbiterado normalmente é conferido apenas a candidatos que estão prontos a abraçar livremente o celibato e manifestam publicamente sua vontade de guardá-lo por amor do Reino de Deus e do serviço aos homens” (Cf. Catecismo da Igreja Católica, números 1579/1580).
O celibato não limita o meu amor; pelo contrário, alarga-o até o infinito, não me prende a ninguém, mas me deixa livre para todos.
Oração: Senhor da messe e pastor do rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos o teu forte e suave convite: “Vem e segue-me”! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e a generosidade para seguir a tua voz. Senhor, que a messe não se perca por falta de operários. Desperta as nossas comunidades para a missão. Ensina a nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.
Senhor, que o rebanho não pereça por falta de pastores. Sustenta a fidelidade dos nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança aos nossos seminaristas. Desperta o coração dos nossos jovens para o ministério pastoral na tua Igreja.
Senhor da messe e pastor do rebanho, chama-nos para o serviço do teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder “sim”. Amém
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Minha bênção fraterna.